segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

o que será que será...

vontade louca de raspar os cabelos!!!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

meu homem

não se preocupe, meu amor, porque homem nenhum é páreo pra você
eles são todos feitos de carne osso e defeitos
você é feito de sonho
na realidade dura, nem você é páreo pra você
então encosta sua cabeça linda no travesseiro do meu peito em mais essa noite de sonho e sonha comigo, durma comigo, viva comigo na minha cabeça, nos desenhos que teço de olhos fechados
porque na realidade dura, eu sou uma mulher como todas as outras: carne osso e sonhos...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

in vino veritas

a sua forma peculiar de pronunciar o meu nome as sílabas se desprendendo da língua e da boca e eu hipnotizada por suas mãos e braços gesticulando a voz macia num ritmo macio tudo no lugar certo tudo onde deveria estar meus olhos acompanhando a coreografia da boca e das mãos tentando evitar seus olhos de forma peculiar me fixando no som da risada acompanhando as palavras ditas me envolvendo na voz macia preenchendo o espaço entre os gestos eu ria sem saber o que fazer intoxicada por olhos que eu não podia encarar

todas as estrelas de todas as constelações brilhavam como uma placa de néon me avisando pra evitar aqueles olhos e aquela voz e aqueles gestos
porque não foram feitos pra mim
porque apontam noutra direção
não importa o quanto eu me sinta acariciada e envolvida por aqueles gestos
naquela voz
naquela forma tão deliciosa dele pronunciar o meu nome
nada é real
nem foi feito pra mim

aquela língua e aquela boca tão bonita soltando sílaba por sílaba de uma conversa que era necessário acabar e que, acabando, me fez sentir vontade de vir pra casa dormir e sonhar uma realidade na qual ele seja possível...

domingo, 4 de outubro de 2009

resposta pro Pecador Superficial

as brisas quentes são as que me endoidecem. põem meu sangue a ferver como se tivessem jogado pimenta braba no meu sistema…
e, passando o dia inteiro trancada no trabalho, sem ar condicionado ou ventilador pra apaziguar a situação, sinto-me como um animal enjaulado que rosna pros visitantes do outro lado das grades.
essas tardes calorentas são o fim do meu verniz… arre…

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

numa noite quente como esta...

Qualquer noite dessas viro lobisomem. Eu vinha andando e aquele calor dentro e fora do corpo me bulindo toda, fora o guaraná em pó e seu efeito em dois níveis interdependentes me revirando os pensamentos como se fossem os vagões de um trem descarrilando e me fazendo perceber mudanças no meu corpo, uma decadência rápida do vigor físico proporcionalmente inversa à velocidade das idéias. Bateu aquela vontade lascada de bagunçar meus cabelos, largar todo o material e sair correndo noite a dentro. Qualquer noite dessas viro lobisomem, pensei enquanto olhava a lua perfeita cintilando no céu, tão longe e tão perto. Sei lá porque eu sinto como se a lua fosse este tambor ribombando dentro do meu peito em noites como esta. Só sei que lembrei de um trecho dum conto da Anais Nin em que ela diz que essas lendas de criaturas mágicas como os lobisomens devem ter sido feitas por homens que viram mulheres mudar completamente no sexo, mudar o comportamento, o olhar e até a voz, como se elas fossem outra pessoa, um animal... Achei lindo isso na hora em que li e achei lindo pensar que eu poderia me pôr a correr como um outro animal pelas entrequadras da asa sul, no ritmo da lua.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

anel de lápis lazúli

Se eu esticasse minha mão, poderia tê-lo tocado
sentiria na ponta dos meus dedos a sua nuca perfeita
seu queixo perfeito
seus cílios perfeitos
acariciaria suas mãos perfeitas
tocaria com os meus os seus dedos perfeitos...
Nada fiz além de olhar
contentei-me em ver
contemplá-lo
Senti-me embriagada com cada gesto dele,
meus olhos percorreram o arco dos seus gestos, das suas mãos enlaçadas na nuca, batucando no tampo da mesa,
percorrendo com a caneta o papel,
arrumando os óculos sobre o nariz
o nariz perfeito...
As mãos de unhas curtas, mãos brancas que parecem tão acolhedoras quanto fortes,
mãos que acariciaram o papel áspero, a mesa áspera, mas nunca me tocarão a pele macia.

Não quero mais falar com ele.
Não quero mais ouvir sua voz perfeita. A voz linda, melodiosa, máscula, quente... Chega dessa voz que ela não foi feita pra meus ouvidos nem quando ele me dirige a palavra. Ele quer falar comigo. Não sou sua amiga. Não quero ser sua amiga.
Quero seguir meu caminho sozinha noite a dentro apagando essas memórias irretocáveis, lindamente encenadas pra mim sem que ele soubesse ou disso fizesse caso e por isso mesmo ainda mais valiosas...
memórias emolduradas em dourado
Os gestos dele no abandono de seu lugar, intercalando seus dedos num aperto de mãos que eu observei silenciosamente
meu coração batendo na ponta da língua
quis lamber-lhe as mãos, cada dedo, mordê-los carinhosamente como a leoa à sua presa... lamber-lhe o queixo, os olhos...
Foi o anel de lápis lazúli quem quebrou o encanto, encerrou a magia da noite, desta e de todas as outras que poderiam vir somente de vê-lo, de me deliciar com seus gestos banais lindos porque ele é lindo sendo quem é como é: um perfeito desconhecido pra mim.

Findou-se o encanto, meu rapaz: teu lápis lazúli é minha criptonita...

Não sorri, apenas acompanhei cada um de seus gestos para guardá-los na memória o mais cuidadosamente distantes da verdade, da Vida, quanto possível.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

deixa estar...

ah, minha maçãzinha, deixa estar...
um dia hei de devorar-te lentamente
pedaço por pedaço
que me importa que sejas homem feito?, devoro-te
agora, palavra por palavra, letra por letra,
um dia, cravo os dentes na tua carne branca e macia
as mãos agarradas aos teus cabelos como se eu pudesse apanhar teus pensamentos selvagens
a língua percorrendo docemente tua carne tenra, tomando aos goles o teu sangue
tua vida pulsando nos meus ouvidos...
bate coração, gritarei! bate mais forte! mais forte! troveja nesse peito! arrebenta-o, foge daí pro mundo! foge daí e cai nas minhas garras, coração, que aí verás tu o que é o tempo sobre o desejo, dia após dia afiando dentes e unhas na espera do momento certo, o momento de colher, o momento de ceifar

deixa estar, minha maçãzinha, que um dia rasgo tua camisa e deixo teu peito nu
exposto pra mim como um quadro numa galeria
arranho-te
tu gostas?
claro!
os homens como tu gostam de ser comidos vivos com os olhos, com a língua...
deixa estar...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

reciprocidade

Eu e você despertamos o que há de pior um no outro. O castigo é que esse mal recíproco nos exauriu mas nos une como uma amizade às avessas, tão certeiro quanto o laço pendendo da forca.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

burn baby, burn

tentando conhecer a ti, queimei a língua
e não foi por falta de aviso
e não é por falta de medo
deve ser pura falta de vergonha...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

boca da noite

aqui, debruçada na noite, olhando pro horizonte, espero pela Lua Cheia
espero pela constância, pela força, pela beleza brutal da Lua Cheia
um dia a boca da noite me engole viva e me cospe
um dia eu visto o manto da noite, rasgo minha máscara e caio na vida
um dia tudo que existe se esvai, todos os poros se dilatam, todo vento pára
numa noite dessas, qualquer dia desses
que veja quem tem olhos de ver
os meus olhos estão cerrados pra olhar pros teus na minha memória...

e boa noite

domingo, 30 de agosto de 2009

partida

- Quisera eu abraçar-te.
- Tuas mãos estão ocupadas.
- Então abraça-me tu.
Eu o abracei. Ele disse-me ao pé do ouvido que voltaria logo. Sorri como se acreditasse e ele se foi.

Quisera eu, agora, aqui, abraçar-te e somente a ti Homem. Sentir teus pêlos raspando meu rosto. Mas teu coração está ocupado, jamais poderias abraçar-me, não a mim, uma mulher ordinária da cabeça aos pés. Comum.

Nunca fui tua, nunca foste meu. E, no entanto, estás aqui todo em minha memória.

Adeus, Homem.

Minha boca ordinária beija tua lembrança enquanto durmo e te sonho sorrindo como se eu acreditasse na tua volta...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Parei nada!

Parei nada!

Como diria minha avó, a língua é o chicote do corpo... e que chicote!
Eu e minhas resoluções de maria-mole... humpf...
E agora, cá estou eu pensando em línguas e açoites... nada de SM, coisa que me dá medo, tô pensando nos açoites feitos com a língua no corpo, um outro corpo, um corpo desejado, esperado, sonhado...
Tô pensando em bocas e mordidas e na importância dos lábios percorrerem toda a extensão da pele, centímetro por centímetro num exercício que – longe de exaurir – incita, acende...
Tô pensando em gemidos e grunhidos e todo tipo de som desconexo que é a melhor trilha sonora pra ocasião...
Tô pensando na urgência e na calmaria, na danação eterna e no prazer efêmero porém sincero que nos conduz ao paraíso na terra...

Putaqueopariu!

E depois de pensar nisso tudo eu tenho que dormir... Como?!
Eu já tenho insônia só com idéias absolutamente sem graça na cabeçona de mamão, imagina o estado da arte agora!!!
Culpa sua!

Só espero que o mundo não acabe em 2012 porque tenho compromisso em 2013!

E vou tomar meu banho quente e demorado antes de dormir. Só não sei se esse vai me deixar relaxada... Mas seja como for, estou de ótimo humor e amanhã espero acordar com olheiras, como sempre, mas com um sorrisinho nos lábios e, o que é melhor, só eu saberei o motivo. Este é o meu segredo. Putz!, acabou de me ocorrer que agora eu sei porque a Monalisa sorria daquele jeito... eu sei e ela sabia... O que uma idéia não faz com uma mulher?! Amanhã é o dia do meu sorrisinho de Monalisa, e seja o que os deuses quiserem!!!

domingo, 16 de agosto de 2009

Parei!

o beijo ficou nos lábios
o gesto, contido... o carinho retido na ponta dos dedos
a voz na garganta, está lá naquele nó, presa naquela fala engolida a seco
toda a vontade abafada
nada a declarar

o corpo todo indo em direção a outro corpo: só se for em sonho...

Eu quis, mas não fiz. Não me arrependo, apenas lamento não saber como me comportar... A porra da vontade que cresce na mesma medida em que cresce o medo. O Medo. Quisera eu ser destemida...


Eu quero, mas nada farei. Tomei a decisão agora!
Cansei da brincadeira!
Cansei da taquicardia, de rir a toa, do friozinho na barriga, da vergonha, do embaraço, da vontade em stand by suspensa por fios fora do meu alcance...
E, nesta madrugada, dormirei. Só isso.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

madrugada

Tão bom passar a noite acordada, sozinha, no entanto, acompanhada...
Falando da vida, rindo a toa...
Imaginando tanta coisa que eu nunca vivi!
A leitura é realmente um fenômeno impressionante. Aliás, o binômio ler-escrever. Impressionante!

Meu fetiche... ah, insensatez... lá vou eu de novo, não é? Vou sim. Já posso ver os resultados dobrando a esquina vindo na minha direção. Como é que eu posso ser tão previsível? Não sei... é que a porra do friozinho na barriga é bom demais!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

letra por letra

Insone. Céus... Não vou mais ler nada quando chegar em casa. Não vou ler mais blog de seu ninguém!!! Vou chegar amanhã a noite, tomar banho, escovar os dentes e dormir. Se for pra ler, que seja livro de auto-ajuda pra me dar bastante sono e não me preencher com nada a imaginação. Minha acupunturista me receitou um livro que eu coloquei perto da cama em caso de insônia severa. Não que ele seja ruim, o livro, mas é que é basicamente um monte de coisas que eu já sei que tenho que fazer só que sistematizado por outra pessoa...

Você já teve vontade de mergulhar nas palavras de alguém, pessoa que lê isso aqui agora? Já quis mergulhar mesmo, como se um texto fosse como a água das pinturas do Monet, aquelas com as ninféias... aliás, até o nome da plantinha na porra da pintura é lindo! Então, aquelas águas cheias de cores e espessas, com a tinta em relevo ondulante... é assim que eu vejo aqueles textos, como se me convidassem pra um mergulho em suas ondas feitas de tinta e imaginação. E é por isso que eu chego da rua e, ao invés de cuidar da vida, fico sonhando com palavras, de boca aberta, sentindo o gosto das frases... Minha fome é bem outra...
Aí eu leio e releio. Esse é o meu fetiche. Sou uma voyeur dessas palavras alheias à mim. Elas não sabem que eu observo. Elas vivem suas vidas sem se preocupar com o meu olhar. Tento ver pra onde elas apontam. Imagino um vôo como o de Ícaro. Porque a gente escreve e voa pra abraçar o sol. Mas se as asas são de pena e cera não tem problema porque o sol é de papelão e guache. Fica ali pendendo no cenário. Tudo dentro da cabeça da gente. Tudo dentro da minha cabeça. Não sei se isso é uma cabeça ou uma cartola de mágico de quinta...

Os meus olhos cheios de palavras. Letra por letra me devorando de fora pra dentro de forma tão deliciosa e delicada quanto assombrosamente escandalosa. Isso é obsceno!, uma mulher se cobrir com palavras como se fossem um manto. E as palavras, as frases me entram pela pele, pelos ouvidos, pelas pontas do dedos e perturbam todos os pensamentos que tentavam se organizar dentro da cartola. Não há o que se dizer.
Quando alguma coisa me arrebata, foi-se a porra do comedimento pra putaquemepariu! E ai dele se não for!
Quem precisa de precaução quando chega a poesia? Foda-se a precaução! Prefiro a vida. Prefiro a imaginação, a fantasia, todas as palavras. Toda falta de sentido. Porque eu me apaixono pelas palavras e elas são minhas.
Uma vez ouvi que não se pode possuir as pessoas. Eu acho que se pode sim. Porque eu sou possessiva e o que eu considero meu, é meu. Já peguei. Letra por letra, palavra por palavra, frase por frase. É tudo meu agora. Revogam-se todas as disposições em contrário.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

hippie suja

Queria que fosse lua cheia pelos próximos três meses. Talvez três seja um pouco demais, ok, mas que tal até eu terminar o bendito cursinho? É que eu venho andando e a lua é uma ótima companhia. A melhor. Ela vai me acompanhando silenciosamente até eu chegar em casa e continua lá de vigia mesmo quando eu já dormi.
É uma sensação tão boa caminhar com a lua! Agora que as noites estão frias então, putz, sensacional! Sinto-me resguardada, protegida mesmo. Diferentemente da idéia opressora que eu tenho de deus desde que me disseram que ele fica o tempo todo comigo. Nossa, que tristeza eu senti quando me disseram isso! Eu não queria ficar o tempo todo com ninguém, muito menos com deus. Será que ele não tira folga?, perguntei. Não!!! Ele fica o tempo todo, O TEMPO TODO de olho em você, responderam. Até quando estou fazendo cocô?, perguntei. Que pergunta idiota, menina!, me responderam. Fiquei tão impressionada com a tal da onipresença (a palavra eu só descobri muito tempo depois de ter sentido o significado) que desenvolvi um pavor da figura divina. Até hoje tenho medo. Deus me livre de deus!
Mas a lua, a lua não é onipresente, ela só aparece de noite, e mesmo assim tem várias noites em que ela não aparece. Eu gosto muito da idéia de que ela está lá em algum lugar no céu ocupada com suas próprias coisas eventualmente passando pra dizer um oi ou pra me acompanhar enquanto caminho de noite pra casa e aí eu fico feliz só por isso, por estar caminhando pra minha casa de noite.
Hoje eu até parei pra ver uma flor branca numa das árvores aqui perto de casa. E eu só a vi porque ela estava iluminada pela lua, contrastava com as folhas escuras pela falta de luz de poste nas proximidades. E que flor em sã consciência preferiria a luz amarelada de um poste à luz da lua? Certamente não aquela. Se eu fosse flor, também não. O que me deixou pensando agora que eu queria ser aquela flor, ou seja, sou – no fundo no fundo – uma hippie. Ai, credo. Será este o meu fim?! Será que terminarei meus dias fazendo colarzinho de semente e arrastando chinelinha com o cabelo sujo por aí? Que medo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

10 vezes no cartão?

Por que eu me importo? Por que, diabos, eu ligo? Vou fazer um workshop de “como não estar nem aí” este semestre. É, nunca lidei muito bem com a rejeição, não nos primeiros dias, depois fica fácil, minha memória de peixinho dourado ajuda e, mesmo sem querer, esqueço. Mas a porra da memória tá fresquinha ainda. A memória corporal, claro, aquela que a gente fecha os olhos e sente como se estivesse revivendo tudo. Aquela pulsação pelo corpo, aquela agitação, a hesitação, uma certa vergonha, as vontades em pé de guerra... ótima sensação! Putz... e aí é que tá, isso é que é foda: a sensação é tão boa que dá vontade de pôr no repeat, mas chega uma hora em que relembrar não dá mais conta, eu quero é mais uma dose na vida real, de olhos abertos. Mais duas, mais tantas quantas o corpo agüentar. Perder o fôlego, ficar com as pernas bambas. Sensacional. E a imaginação flutua preenchendo todos os espaços possíveis entre o que foi e o que poderia/deveria ter sido... Eita porra...
Deve ser da idade... todo mundo diz que as mulheres com mais de 30 ficam mais... ardentes, pra usar um termo bem bonitinho.
Isso tudo só me faz mesmo é pensar que eu deveria ter permanecido totalmente intocada, nunca jamais ter dado nem sequer um selinho em ninguém, nunca ter sentido nenhum centímetro de pele desejada roçando a minha. Nada de troca de secreções. Nada de ereções, nada de pêlos pubianos, nada de mamilos, de língua, de bocas, mãos, nada de nada. Assim, estou certa, haveria paz, pelo menos nesse sentido pra todos os 5 ou mais sentidos que pode ter uma mulher “ardente” (quase escrevi aldente por engano, mas acho que ficaria até mais divertido...). Detesto querer e não poder. Detesto. Ok ok, daqui a pouco passa, tudo passa mesmo. Então vou parar com isso. Vou parar de ficar falando demais com quem não tá muito a fim de me ouvir também, isso pra parar em único sentido... Ando muito sensível esses últimos dias, sensível por causa dos benditos já falados 5 ou mais sentidos, não aquela coisa de ficar sensível = choramingar por aí até vendo comercial de creme dental o que, ocasionalmente me acontece, mas, enfim, não é esse o caso agora. Agora é a porra da sensibilidade de começar a ouvir tear you apart e ter q andar mais depressa pra chegar logo em casa e fazer uma dancinha ridícula enquanto canto por cima da voz do cara porque essa música é foda e eu também bem que queria sair hoje pra dar uns amassos fortes, mas deixa pra lá... E eu também queria puxar um cabelo e dizer num ouvido I wanna fuckin’ tear you apart. É a minha velha fantasia de que pra dizer eu te amo eu teria que ter dito antes e com a mesma intensidade/paixão vai se fuder, porra! E, no entanto, nunca falei pra nenhum cara se fuder, mesmo querendo muito... ah, deixa pra lá, deixa pra lá.
Vou é tomar um banho e esperar essa sensibilidade adormecer sob a água quente.

Será que tem algum lugar que vende homem que divide no cartão? Quem souber, me avisa!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

nada de novo

Engraçado como a minha vida continua a mesma e, no entanto, eu sou outra pessoa. Bem, eu me sinto outra pessoa. Eu estive lendo umas coisas que escrevi em 2005 e eu sentia as coisas de uma forma bem diferente de agora, muito mais intensa, profunda e fundamentalmente melancólica. Eu vivia entristecida, amargurada pelas decepções, com medo deste futuro que, naquele momento, parecia tenebroso...
Hoje em dia eu ando mais contente do que triste. Continuo tendo dívidas, sem namorado, minha família ainda vive aprontando das suas presepadas, ainda sou professora, estou basicamente no mesmo círculo de amizade...
Esta é uma coisa boa a respeito de se escrever: poder lembrar onde estávamos e onde chegamos, o que mudou, o que permaneceu. As fotografias de 2005 só mostram que eu envelheci de lá pra cá. As coisas que eu escrevi, mostram que eu amadureci. Envelhecer é inevitável, mesmo com botox, lipo, silicone, colágeno, viagra, etc. Amadurecer é uma escolha. Eu ainda uso pijamas de bichinhos quando tá frio, adoro adesivinhos da hellokitty e essas coisinhas que minhas sobrinhas menores de 9 anos também adoram, mas isso também é opção. Quem dá a palavra final nas escolhas delas são suas mães e pais. Na minha vida mando eu. Eu pago o preço de tudo, daquilo que compro, daquilo que acredito, daquilo que tenho que engolir pra ter um trabalho que me permita escolher morar só, deixar a louça acumulando na pia até baixar a pomba-faxineira e eu lavar tudo de luvinhas amarelas e aventalzinho branco.
Bem, infelizmente acredito que a bendita maturidade pra mim não teve a ver com ficar mais esperta. Esperteza não é o meu forte, nunca fui, nunca soube dar "jeitinho" em nada. Ainda não aprendi a ir pelos atalhos. Continuo, pelo menos, não acreditando em estradinha de tijolos dourados...
Ando mesmo é mais cética, mais crua, mais "só acredito vendo" e, assim, tenho conseguido evitar a fadiga e o desespero. O tal do perdão tá mais fácil de ser concedido agora, especialmente pra mim mesma e pras minhas falhas porque, afinal de contas, sem elas eu não seria humana.
A calma talvez seja fruto dos remedinhos homeopáticos em doses alopáticas, vai saber. A mim não me importa saber de onde vem isso, eu quero é aproveitar essa calmaria. Nunca foi tão fácil essa vida. Às vezes dá até medo e eu prefiro ficar em casa de tão calmo que está tudo por aqui.

A vida mudou pra melhor sem ter mudado em nada. Ótimo, não?

domingo, 2 de agosto de 2009

o sonho do corpo santo

- Abra as janelas e deixa o som entrar. Preciso ouvir, preciso ver, eu preciso me lembrar de onde estou. Eu quero me lembrar de onde estou.
- E eu quero que me cubras com palavras como se elas fossem beijos. Quero tuas palavras ditas como pequenos gestos, como se me amasses, como se eu te entendesse, como se a vida eterna estivesse dentro dos teus braços e saísse pela tua boca que, de agora em diante, será santa. E a tua língua no meu corpo será uma língua de fogo de mil idiomas. E tu serás meu evangelho e minha ruína, minha Legião de anjos caídos porque tu próprio és um anjo.
- Quero beijar teu corpo com o cuidado de quem beija um filho e quero morder-te todo, devorá-lo pedaço por pedaço, mastigar tua carne com calma, sendo amorosa em cada mordida, em cada vez que meus dentes escandalosos e minha boca escancarada estiver mergulhando no teu sangue santo porque és o único homem que jamais amei e tua carne é pura. E eu te cobrirei com meus pequenos gestos lentos e devotados todos a ti. E eu te cobrirei com todas as palavras, sílaba por sílaba, como se eu - tua sacerdotisa - estivesse preparando teu corpo para subir aos céus.

Originalmente escrito em 20.07.09

a flor

Eu gosto de vir à São Paulo. Gosto de ser uma completa desconhecida às pessoas e à cidade. Gosto de passar desapercebida, de ser anônima, de me sentir pequena diante desta cidade tão grande. Não ser familiar a ninguém em nenhuma parte desta cidade. Eu a reconheço mas ela não me reconhece, não dialoga comigo. Nós não nos identificamos. Não nos amamos.
Eu gosto de São Paulo e, quando estou em Brasília, sinto saudade daqui como se isso fosse uma pessoa que eu quisesse muito abraçar. E agora, no inverno, passeando de dia pelas ruas, sentindo esse frio da porra, eu gosto mais ainda daqui. O céu cinza nublado, o vento frio e cortante, são o carinho desta cidade por mim.

Outro dia, indo da Paulista pra Augusta, passei por um prédio e vi umas flores lindas no seu jardim e o movimento delas em direção às grades pretas, uma tentativa de se libertarem, eu pensei, de sair do jardinzinho do prédio e invadir as ruas e aí meu pensamento vôo de volta pro sonho quando eu vi, encostado no muro deste mesmo prédio um mendigo no seu cobertor cinza. Talvez fosse pra ele que a flor estivesse se inclinando. Se ela pudesse se desprender do chão do canteiro e passar por entre as barras, talvez fosse pousar naquela palma estendida que todos os passantes, inclusive eu, tentavam ignorar.


Originalmente escrito em 20.07.09

sábado, 1 de agosto de 2009

dançar de todas as maneiras até a exaustão do corpo e da alma...

Não é exatamente ressaca isso. Deve ser uma saudade da noite anterior esse cansaço, essa presença que me amolece o corpo e entorpece as idéias. Não é álcool. É vontade de que a noite não tivesse acabado.
Bocejo longamente.

Vontade de comer uma torta de morango... aqui em casa não tem... aliás, eu é que tenho uma torta pra fazer, uma torta alemã pra um almoço de domingo. Ai que preguiça da vida nessas horas...

Cortei meus cabelos de novo. Dessa vez eu acertei: agora posso sair pra rua do jeito q acordar que o desalinho nos cabelos parecerá extremamente intencional. Faz-me rir, Verônica. Esse acerto é provisório. Pena que os erros nunca sejam...

Pois bem, agora eu vou acordar de verdade, farei a torta, tomarei um belo banho demorado ao som do Barry White (é, o vício voltou) e vou deitar até ter um motivo realmente bom pra deixar o mundo dos sonhos e encarar a realidade.

terça-feira, 14 de julho de 2009

nós que escrevemos

Tô com vontade de retomar a leitura do Nelson Rodrigues.
Estou tentando diminuir a quantidade de chocolate diária que eu consumo.
Mal posso esperar pelo recesso de julho.
Estou tentando parar de tomar café no trabalho.
Voltei a ver o programa do Jô.
Passei a usar rimel lilás, esmalte violeta cintilante e batom vinho intenso.
Sei lá, ando com vontade de lilases e roxos e púrpuras e... sei lá, cores. Estranho, né?
Terminei de escrever minha monografia.

Ahhhh, e ontem eu resolvi testar algo novo: cachacinhas com anis. Ainda não tomei. Acho que vou testar agora. Comprei só por causa da cor: linda! azul! cachacinhas azuis lindas.

Peraí.

É uma delícia! Uma delícia azul sabor anis :> Me deu saudade das gelapingas que eu fazia, especialmente das azuizinhas. Nunca mais fiz gelapingas. Acho que preciso sair pra beber com meus amigos. Preciso extravasar. Bebida é bom pra isso, pelo menos pra mim.
Nossa a cachacinha me esquentou toda por dentro. Adoro esta sensação. Adoro essas cachacinhas doces. Aliás, só gosto de bebida doce. Puuutz, não tivesse que dar aula amanhã, tomaria mais umas delícias azuis.

Acho que vou marcar uma sessão de acupuntura pra véspera da defesa da bendita monografia. Ando bem angustiada com a idéia de ter que defender minhas idéias sendo que boa parte delas nem é minha, é de outras pessoas e eu, fazendo uso da norminha da ABNT pra citações, dei um jeito de emendar direitinho essa colcha de retalhos de citações... A pior parte? Escrever na terceira pessoa do singular. Detesto essa tentativa de imparcialidade, impessoalidade. Pra mim, tudo deveria ser escrito na primeira pessoa, uma forma da gente se responsabilizar por aquilo que escreve. Que haja regras de normalização pra apresentação formal do texto, tudo bem, mas isso é excessivo. É uma babaquice. E me soa tão esquizofrênico! Coisa de personalidades múltiplas que se juntaram pra escrever...

Acho que tá na hora d’eu dormir. Haha, eu já ia escrevendo “está na hora de irmos dormir”. Eu e você, leitor? Não, eu e as entidades que me ajudam a escrever.



[originalmente escrito em 03.07.09]

sábado, 11 de julho de 2009

re-formada

Pois é, me formei. De novo. Em breve, no mês de setembro pra ser mais exata, farei mais uma colação de grau. Adoro colar grau!
Estes últimos tempos foram bem tumultuados por causa da monografia e do emprego e das dúvidas que tudo isso provoca, e por causa do gesso acadêmico porque, como eu disse pra uma das professoras que participou da minha banca, eu estou presa à liberdade. Só depois de ter me ouvido dizer isso é que eu entendi o que eu queria dizer... não sei se ela entendeu, entretanto eu venho de uma formação artística ainda que eu mesma não seja artista. Mas eu gosto de imaginar que algumas coisas ficaram impregnadas em mim depois de tanto contato com as Artes Visuais. Uma dessas coisas é a própria capacidade de me expressar/comunicar/whatever de várias formas me responsabilizando por tudo o que eu produzo. Ainda não acredito que entreguei um texto cheio de colocações na terceira pessoal do singular como se uma entidade imaterial tivesse feito a pesquisa, lido os livros, os artigos de periódicos e tirado todas as conclusões! Detestei o texto pronto! Detestei. Porque eu escrevi e, no entanto, eu não estava ali. Eu gosto de estar naquilo que produzo, de sofrer as implicações, de poder me reconhecer naquilo. Bem, pelo menos vou receber meu diplominha, o que me levará pra uma nova fase, mas nisso eu só quero pensar depois do recesso. Por hora eu pretendo ficar a toa, não ler absolutamente nada, nenhum dos livros que estão empilhados ali me esperando. Vou ver dvd’s, passear pela minha cabeça enquanto fico deitada embaixo dos edredons olhando pro teto do meu quartinho, vou tomar banho demorado e que os deuses me perdoem pelo desperdício de água, mas alguma coisa eu tenho que fazer pra relaxar esses ombros que insistem em se projetar pra frente, curvados pelo peso de tudo o que não é nem um pouco bacana na vida adulta... Enfim, “90% de transpiração e 10% de inspiração”, alguém já falou isso sobre o trabalho artístico e eu estendo pra vida adulta.
De qualquer forma, foi muito bom olhar pras minhas professoras naquele ritual de passagem e me sentir grande, gente grande, sentir que eu realmente sei alguma coisa e que eu realmente posso fazer a diferença, basta eu mover este traseiro magro depois do recesso e me juntar com mais algumas pessoas interessadas em fazer algo de significativo pra escola e pelos alunos. As coisas podem dar certo desde que um número razoável de pessoas acredite e trabalhe pra isso. Tô otimista, me perdoem.

E aí teve aquele “incidente” no qual eu revi a adolescente bobalhona que existe aqui co-habitando minhas entranhas junto com mais um tanto de personagens desajustadas, mal-amadas, cômicas, trágicas, felizes, suicidas, mal-resolvidas ou plenamente interessadas em viver. É um tanto de gente numa pessoa só: eu. Difícil harmonizar essa multidão de eus em tão pouco espaço... Voltando à adolescente bobalhona: eu fui muito bobalhona quando adolescente, tinha medo de tudo e de todos quando não odiava tudo e todos e acabava totalmente descolada do mundo em que me jogaram pra viver. E eu era inocente, tadinha!, vivia apaixonada pelos caras mais improváveis do Universo. Vivia eternas tragédias como se ninguém no mundo jamais tivesse vivido o que eu vivia... essa mania de superlativos dos adolescentes é que irrita mais, eu acho...
Foda é ver que um desses caras improváveis continua igaulzinho! Pelo menos a carinha linda continua a mesma... E aí ele sempre desperta essa adolescente bobalhona em mim nas poucas vezes me que a gente se esbarra pela vida. Felizmente foram poucos esbarrões. Detesto essa sensação de não ter chances com um cara porque ele simplesmente não me enxerga. É como eu disse hoje pra uma amiga: como é que se resolve esse tipo de coisa? Eu tenho que sair com uma plaquinha com o nome dele como faz aquela galera nos aeroportos? Mando publicar no Diário Oficial que eu sou visível a partir desta data? O quê? Quando um cara vê a gente e não enxerga, não adianta fazer malabarismos porque quando ele finalmente enxergar, a gente vai ter gasto toda a energia, todo o repertório e não vai ter sobrado nenhum ânimo... Melhor deixar pra lá. Se por acaso nos esbarrarmos de novo? Sei lá, provavelmente vai dar no mesmo: eu vou me sentir uma anta, vou ficar fantasiando feito o cara do scrubs enquanto faço cara de quem está prestando atenção na conversa e vou torcer pra poder olhar aquela carinha linda de nerd lindo mais um pouco.
Detesto me sentir vulnerável. Detesto saber que as coisas não vão dar em nada.
Melhor mesmo é ir pensando no que farei com as minhas horas vagas agora que me formei. De novo. Ficar a toa nunca me fez nenhum bem.

Boa noite, Brasil.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

prefiro as putas

Qual a diferença entre um cara sair com uma “moça de família” que ele quer comer e que está mais interessada no fato dele ter dinheiro pra bancar tudo e ter carro pra buscar e depois devolver na porta de casa, e sair com uma puta que ele vai pagar pra comer? No final das contas, as duas esperam receber, uma em espécie, a outra em coisas (cinema, jantar, sei lá). Não vejo diferença entre as duas. Só que eu prefiro as putas. Acho que é uma relação mais honesta, mais às claras, onde todo mundo ganha o que quer no final das contas: sexo e dinheiro. Uma transação comercial pura e simples. Se eu fosse homem, preferiria pagar logo pelo tempo da puta comigo do que ter que ficar fazendo joguinho, levando e trazendo, fazendo de conta que me importo só pra poder comer a tal “moça de família” no final das contas.
De onde saiu tudo isso? Da nem um pouco edificante conversa do final do expediente... afff... Tem dias que elas são super engraçadas, as conversas, mas tem outros que... afff... eu preferia ter ficado sem ouvir tanta merda, tanto machismo pronunciado letra por letra da boca de mulheres... é de doer o estômago. Portanto, caso alguma delas venha a ler isso e sinta-se ofendida com a comparação, saiba que eu também me senti ofendida pela conversa sem noção: estamos quites.
Entretanto, como o blog é meu, continuo:
Não consigo entender como é que, em pleno século XXI, eu, uma mulher de 31 anos, com emprego estável, com nível superior completo e acesso a Internet, estabeleceria uma regra financeira como base da minha vida afetiva: só sair com um cara que pague a minha entrada no cinema, o meu lanche ou qualquer outra coisa. Eu não acho isso normal não. Eu não gosto de escambo, não quero trocar sexo por mercadorias. O que eu quero comprar eu compro com o meu dinheiro e isso não inclui o tempo das pessoas, a atenção, o afeto, o carinho delas.
Deve ter algo muito errado comigo por pensar que ter ou não afinidades + a tal da química é que deve me dizer se saio ou não com um camarada. Eu trabalho, eu sou capaz de me sustentar sozinha, de pagar por aquilo que eu consumo. Não espero que ninguém faça isso por mim.
É claro que gentileza eu acho uma coisa ótima, mas ser obrigado a pagar tudo pra uma mulher não me soa gentil, não vejo nada de gentil nisso. Não gosto disso. Uma vez ou outra um cara se oferecer pra pagar sozinho a conta, tudo bem, mas por que eu também não posso me oferecer pra pagar sozinha a conta? Eu não posso ser gentil? ou a minha gentileza está amarrada ao pé da cama?
Sabe quem eu considero que foi super gentil comigo? o carinha totalmente desconhecido que se ofereceu pra trocar de lugar no cinema lotado pra eu poder sentar do lado de uma amiga; o carinha que me cedeu a frente na fila do supermercado ao perceber que eu levava só uma caixa de suco e ele estava com o carrinho cheio de compras; um amigo meu que abre as portas pra todas as mulheres com quem anda passar antes e entrar no carro também; os caras que me deixam passar na frente na hora de entrar no ônibus, etc. Pra mim isso é ser gentil. Eles não esperavam nada de volta além de um “obrigada” da minha parte.
Minhas amigas às vezes pagam coisas pra mim e eu pra elas; entradas de festa, a parte do táxi, sei lá, mas nós somos amigas, elas não esperam nada de mim e eu não espero nada delas além da amizade que umas já damos à outras gratuitamente. Porque nós dividimos nossas vidas, nós compartilhamos bons e maus momentos há séculos e de vez em quando é legal fazer algo por quem a gente ama só porque a gente quer, não porque uma cartilha invisível falou que somos obrigadas a pagar isso ou aquilo.
Enfim, mesmo que eu esteja errada, continuarei preferindo a companhia das pessoas que eu gosto, ou então das que me despertam interesses para além do financeiro (o único homem que eu encontro quando preciso de dinheiro é o gerente da minha agência do banco e ele não me fode, o banco faz isso). Apesar de todos os meus medos e inseguranças, continuo me sentindo perfeitamente apta a pagar pelo que eu usufruo, pelo que consumo. E se não tenho dinheiro pra alguma coisa, eu não espero que ninguém, muito menos um macho provedor, caia do céu pra pagar pra mim. Eu passo, fica pra próxima.

Antes que eu me esqueça: eu não sou adepta do time das mulheres que sustentam homens. Talvez aderisse se tivesse bastante dinheiro, mas não é o meu caso. Sou do time das que preferem andar com caras que trabalham e tem seu próprio dinheiro assim como eu, assim cada um paga a sua parte e todo mundo fica feliz no final.

terça-feira, 16 de junho de 2009

bolhas

Uma cena me acalmou hoje pro dia inteiro.

Eu vinha de uma conversa com a minha paciente orientadora. Ela me fez mudar de idéia e apresentar a monógrafa de conclusão de curso. Minha cabeça ainda estava às voltas com o fato d’eu não saber por onde terminar a bendita mono. E o barulho da rodoviária me perturbando os ouvidos através das minhas músicas favoritas saídas dos meus fones. E a visão sempre deprimente daquele lugar cinza, inóspito, sujo. A rodoviária é o lugar mais feio dessa cidade e ta bem no coração dela. Sabe a ironia disso? É nesse lugar feio, sujo e inóspito que milhares de trabalhadores, estudantes, donas de casa, pessoas de bem passam diariamente junto com alguns meliantes, claro; enquanto isso, nos prédios lindos, limpos e com ar-condicionado do Congresso passeiam a nata da podridão desse país, alguns dos políticos mais imundos desse país, gente que só se interessa em foder o povo sem dó nem piedade. Suponho que devem andar alguns de boa índole, mas esses são a minoria.... Triste, né? Eu tava pensando nisso e mais num bocado de coisas quando vi uma bolha de sabão flutuar na minha frente. Eu sorri pra ela e por mim. Acompanhei seu vôo livre até ela estourar. Daí vi outra e outra em plena rodoviária, na plataforma de espera do 114. era uma coisa linda: uma menininha de costas pra mim, à minha frente, fazendo bolhas de sabão em plena rodoviária suja, inóspita e cinza. Achei lindo. Achei que valia a pena fotografar aquela menininha fazendo bolhas ali, naquela terça-feira tão rotineira, tão boba, tão séria e cheia de preocupações. E as bolhas flutuando graciosamente em direção ao azul do céu do meio-dia. Lindo. A menina estava tão concentrada fazendo suas bolhas umas atrás das outras que nem reparou que iluminou meu dia inteiro.
Tudo durou tão pouco! O ônibus pelo qual esperávamos havia uma eternidade chegou e a menina guardou seu fazedor de bolhas. Mas tudo bem, foram uns três minutos muito bem gastos do tempo dela e das suas bolhas. Salvou minha terça-feira. Amanhã eu não sei o que vai ser, mas hoje eu ganhei meu dia vendo bolhas de sabão voarem pelo céu da rodoviária. Elas calaram todas as minhas preocupações e eu sorri como se eu fosse a menininha fazedora de bolhas.

domingo, 3 de maio de 2009

desabafo pós greve

Pois é, a greve acabou. Eu nem queria ter entrado nela. Foi decisão de última hora a minha adesão. E eu me arrependi de ter aderido. Amargamente.
Sabe aquela sensação que se tem quando alguém que a gente gosta morre? É isso que eu tô sentindo. É uma espécie de sentimento de negação porque eu fico dizendo pra mim mesma isso não aconteceu, não é possível que tenha acontecido assim! e é também muita revolta porque as coisas aconteceram da forma que aconteceram.
O governador não cumpriu a lei. A lei que ele próprio sancionou há dois anos atrás. Foi por isso que eu entrei na greve, porque eu precisava dizer de alguma forma pro governo que eu não concordo com esse caos, com o governo se negando a cumprir uma lei! Não se trata de um cidadão infringindo uma lei, trata-se do governo, quem deveria respeitar as leis e assegurar para que sejam cumpridas! Será que só eu vejo o absurdo nisso?? Putz, eu estou me sentindo solitária e perdida. Muito solitária. Terrivelmente solitária. Eu não quero fazer parte desta categoria. Não quero fazer parte desta sociedade. Quero poder viver realmente à margem disso tudo. Por que, afinal, onde é que vamos parar?? Quando a autoridade democraticamente instituída se recusa a cumprir suas próprias leis, onde é que vamos parar senão na anarquia (no pior dos sentidos), no caos, na barbárie?! E os professores compactuaram. Muitos não aderiram. Viraram as costas para a quebra da lei. Estão muito ocupados cuidando de suas vidinhas. E tem os outros que só entraram pra conseguir uma merda de um aumento. Mal sabem eles que jogaram a pá de cal na sepultura da democracia, do Estado de Direito. E se não sabem é porque fazem de conta que não há implicação nenhuma, nenhuma conseqüência, nenhuma responsabilidade futura pelos seus atos. Apenas colhem o que plantam: a omissão, o dar de ombros... Aí reclamam! Reclamam constantemente dos políticos, do governo, dos bandidos, de tudo o que fere as leis e põe em cheque seu modo de vida. Mas o que, afinal, fazemos pra mudar a situação? Nada. Fazemos de conta que não é conosco, ou então vamos atrás das migalhas.
Estou envergonhada dessa categoria. Muito envergonhada porque dizem que somos formadores de opinião, formamos os cidadãos do futuro. Como é que podemos formar qualquer coisa quando nós mesmos estamos na inércia? Nós somos gado. Cadê a consciência política? Cadê?
Idealismo de minha parte, não. Isso era o mínimo que poderíamos ter feito: nos unido todos em torno da manutenção da lei. Não nos acovardado perante um governo imundo. Do governo eu não esperava nada de bom. Porque sei que ele é corrupto desde antes de assumir o governo desta cidade. Mas dessa categoria eu esperava o mínimo. E agora é o fim da esperança. A morte da esperança.
Eu não tenho mais vontade de ir trabalhar. Sinto-me uma enganadora, uma falsária diante dos meus alunos. Não tenho vontade de falar com meus colegas. Queria poder arranjar logo um outro emprego, um em que eu soubesse qual o meu papel e no qual eu realmente me sentisse importante, digna, útil. Acho que é triste, muito triste ter que me levantar e ir pra um emprego no qual eu não acredito, com o qual eu não me importo mais, para o qual me sinto extremamente desmotivada. Quero sair de lá. Só isso. Sair. Será que eu vou conseguir? Será que terei forças ou acabarei como mais um dos acomodados? Antes eu já queria mudar de profissão, mas os motivos eram outros e eu estava preparada pra agüentar firme durante mais uns dois ou três anos, mas agora. Putz, agora eu queria simplesmente não ter que entrar numa sala de aula de novo. Queria não precisar entrar em uma escola novamente. Seria um alívio. Não quero mais ser professora. Quero esquecer que sou professora, que fui professora. Quero outro emprego. Estou no limite da frustração, do cansaço. Fui vencida não pelo sistema, mas pelos meus pares.
Não sei se por estupidez ou por ignorância tomamos o caminho mais fácil. Só sei que agora abrimos um terrível precedente pra que esse homem vil que temos por governador agora, faça o quiser com as leis dessa cidade. Ele e os próximos, seus colegas sucessores em vilania e corrupção e que sempre chegam ao poder carregados pelos braços do Povo, o povo ignorante que nós educamos à nossa imagem e semelhança.
Parabéns professores por mais uma demonstração de alienação. Que todos nós nos refestelemos com as migalhas recebidas hoje e engulamos o choro pelas conseqüências amanhã.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

blog fechado pra balanço

Há dias que eu venho tentando escrever e não consigo. Eu tenho alguma coisa pra dizer, mas não consigo. Não sei o que é, não sei...
Eu abro o blog e... nada. Nenhuma letra, nenhum sinal. Nada.
Com a minha suposta monografia em andamento é a mesma coisa: nada. Aquela estória do cachorro que corre atrás do próprio rabo me cai como uma luva agora. Sou um cachorro correndo atrás do próprio rabo e... estou sem palavras. Pelo menos não estou angustiada – ainda. Eu continuo falando pelos cotovelos com as pessoas, mas nada de relevância, nada que importe. Nada.
E eu olho pras folhas em branco do meu diário e... é como se nada me acontecesse, como se eu não pensasse sobre coisa alguma e nada sentisse. Mas isso não é verdade! Eu penso, eu sinto, eu vejo coisas e tenho vontade de falar sobre elas, só que no momento em que pego uma caneta e meu caderno tudo some. Fica aquele branco neutro, o vazio.
Tampouco tenho conseguido ler como deveria. A concentração foge-me, escapa por entre meus dedos como os sonhos que a gente tenta lembrar e não consegue mas sabe que acabou de sonhar com algo...
Eu agora vivo em estado de suspensão. É uma permanente sensação de reticência. Três pontinhos. Como se cada pensamento escapasse antes que eu pudesse agarrá-lo e aí só sobra o vestígio, as reticências indicando que alguma coisa esteve ali e foi-se embora... estilo ...e o vento levou
Não sei se foi o vento que levou ou se foi o gato que comeu, só sei que é isso aí, não tenho o que escrever. Nada me aparece nessa cabeçona de mamão. Se alguém se deu ao trabalho de abrir isso daqui pra ver se eu havia escrito algo, desculpe-me, acho que esse blog está fechado pra balanço por tempo indeterminado.
Quanto a mim, continuarei tentando viver sem me fechar a mim também pra balanço. Tentarei ler o que preciso e escrever o que preciso e me formar e começar um cursinho pra ter outro emprego fora do GDF maldito nojento e asqueroso e, de preferência, que dure só 6 horas diárias porque eu quero desesperadamente cursar museologia e é um curso com matérias vespertinas (a UnB sempre oportunizando dores de cabeça pra classe trabalhadora...) e é isso. Esse é o meu plano. É o máximo de visão de futuro que eu consigo ter, de planos que consigo fazer. A idéia de ganhar na megasena continua, mas como não cabe somente à mim realizá-lo e sim à uma série de fatores que independem da minha vontade, é melhor eu não contar muito com ela.

Abraços fraternos a quem quer que se digne a ler este post e até o retorno.

sábado, 14 de março de 2009

Carnaval do Mal 2009 - Rio de Janeiro

Continuando com as viagens de carnaval com as amigas, esse ano a foi pro Rio de Janeiro. Eu já havia ido antes há alguns anos. Mas foi diferente, os blocos e as amigas. Da outra vez eu saí muito de noite, dessa vez foi mais de dia o que me rendeu o meu melhor bronzeado desde que era criança e passava os finais de semana brincando no clube SODESO. Claro que os cínicos fazem pouco caso da situação porque eu não voltei com a aparência de frango de padaria ostentado por quem passa os dias se esturricando sob o sol. Enfim, tô bronzeada, mas espero que isso não dure muito já que essa corzinha a mais não combina em nada comigo e minha vida entre paredes e concreto do trabalho pra casa, de casa pro trabalho. Por isso que eu me recuso a passar blush: eu não quero parecer saudável. Não quero enganar ninguém. De saudável eu não tenho nada mesmo, “parecer” só por parecer não faz sentido nenhum... fora que blush só me lembra mesmo é festa junina e eu acho ridículo quando vejo mulheres com as bochechas falsamente rosadas em outra época do ano. Tá na lista de abominações seguindo os sapatos brancos e camisa pra dentro da calça.

Voltando ao carnaval: o Rio de Janeiro ainda é lindo. Lindo e imundo.
fétido
exuberante nas praias, nas montanhas...
e ainda tem as míticas mulatas, o samba, a feijoada e o carnaval
é feio e sujo e pobre
muito pobre
tanta gente dormindo nas ruas, vivendo nas ruas...
corta o coração
enche os olhos tanta alegria, tanto colorido
tanta gente linda!
a juventude zona sul fazendo valer cada centavo, cada minuto investido em malhação
bandos de paquitas oxigenadas sobrevoando a orla
manadas de pitboys performando rituais de acasalamento
como, diabos, pode uma cidade tirar o fôlego da gente assim?! Linda linda linda
azul e quente
dourada
emoldurada com pedra portuguesa preto e branca
a gente anda e dá vontade de cantarolar a porra do barquinho no mar
o banquinho e o violão
e a gente sorri sem saber bem por quê
tropeça nos mendigos marrom-acinzentados e engole a seco com pena e medo
muito medo
porque a gente sabe que no dia da Revolução muitas cabeças vão rolar,
inclusive a minha, encardida e confusa: um pouco de tudo
pra, no final das contas, não ser nem preta e nem branca
cabeça mestiça, parda
perdida no Rio de Janeiro...

Mas o Rio não é cidade pra mim não. Bonita e exuberante demais. Quente demais. Não dá pra gente andar sem suar nessa cidade! Quem agüenta?! Não tem vista do Pão de Açúcar que me faça preferir havaianas e short à allstar e calça jeans... Gosto do concreto da minha cidade. Aqui é quente e seco. Mas posso ter esperanças de friozinho no início e no final do dia pra tomar banho morninho e, no próximo inverno, usar o cachecol que eu mesma tricotei combinando com a blusa de frio e todo o mais. Achei o Rio lindo como me lembrava dele, mas amo demais meu cerrado, meu planalto central, e só saio daqui se for pra morar um lugar mais frio. Taí, Brasília, minha declaração de amor à você.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

forever lost...

Estranho como algumas coisas simplesmente grudam na gente, ficam impregnadas e não saem mais...
Uma colega de trabalho me cobrou um cd que eu prometi pra ela há meses e nem me lembrava mais. Um cd de bandinhas novas porque ela só conhece audio slave e cold play do led zeppelin pra cá... aí eu me dediquei durante algumas noites a ouvir os cd’s que gravei pra mim com as tais bandinhas pra escolher as mais bacanas pra ela. Quando topei com o magic numbers foi ouvir e chorar. Chorei como há dias não chorava. Era a bendita da bandinha que mais me lembrava Ele e eu não ouvia em meses. E eu não conseguia parar de ouvir. Chorei copiosamente até que acabaram as lágrimas. Mas as lembranças não acabaram, não secaram. Não é uma merda isso?! Como é que pode um troço desses? Daqui a pouco faz um ano que tudo acabou e, puta merda, nada acabou. Não dentro de mim. Acho que deve ser assim que a gente se sente quando faz um aborto ou quando sente coçar o braço ou a perna que foi amputada... A coisa está lá, a gente sente ela, mas não há nada ali. Nada.
Que merda. Acho que nunca mais quero amar ninguém na vida, pelo menos não alguém que não esteja destinado a ficar comigo até que o amor acabe pra pelo menos uma das partes envolvidas... :/

Fuck...

Talvez isso acabe um dia de uma hora pra outra. Talvez eu acorde um belo dia, que nem precisa ser tão belo assim, e – voilà! – desapareceu. Ele não está mais aqui, sumiu. E quando eu ouvir músicas que eu achava que tinham tudo a ver com Ele ou conosco, eu vou dar de ombros e isso não vai me afetar, a vida terá finalmente seguido adiante. Eu terei seguido adiante. Espero que Ele faça isso o quanto antes, mas não, Ele me aparece do nada e me pergunta o que eu farei no carnaval. Eu queria que a pergunta tivesse um propósito melhor do que satisfazer uma simples curiosidade. Foi isso o que ele me disse quando perguntei porque ele queria saber o que eu faria e ele falou que não era nada, pura curiosidade. Eu queria que Ele quisesse me ver. Ok, eu não vou mudar meus planos por causa Dele a essa altura do campeonato porque já está tudo pago e acertado, mas eu queria que Ele quisesse, mesmo que fosse um impulso estúpido, dá pra entender? “...I’m not a bad man, I’m just overwhelmed...” Eu não vou mais propor que a gente se veja, com sorte não farei isso nunca mais mesmo que eu queira muito, desesperadamente, mas não posso me esquecer do que aconteceu da última vez que agi por impulso com Ele. Ele não é como eu, Ele não é impulsivo. E por que deveria ser? Eu não dou garantia nenhuma de nada. Nunca. Ele faz é muito bem em se manter distante e neutro. Mas eu não quero fazer mal pra Ele, eu só fico realmente sem saber o que fazer com tantas coisas passando pela minha cabeça e me deixando assim transtornada, mexendo com meu corpo, fudendo as minhas entranhas. Hoje senti uma puta duma cólica do nada. Do nada! Meu corpo tá me matando! Tá me sabotando totalmente. Malditas somatizações. Uma merda isso também.
Queria ter culhão pra ligar pra ele e falar que quero conversar seriamente com ele, olhando nos olhos dele. Depois do carnaval. Mas eu não tenho culhão pra isso não. Mais uma rejeição, uma simples hesitação que seja e eu desmorono pra valer. Me desfaço e não vai ter superbonder no mundo que cole de volta. Então não tô podendo correr o risco de surtar agora que o ano acabou de começar.

Preciso deitar e dormir pra conseguir chegar na hora na merda do trabalho. Odeio acordar cedo. Odeio ter que ter hora pra acordar. Uma merda isso também.

trilha sonora

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

colecionismo

Continuando com a maratona de achar espaço na minha casa, ou melhor, nesse cafofo em que vivo, fiz uma coisa que me deixou literalmente com ânsia: joguei fora todas as embalagens de remédios que usei no usei passado fora. Eu não sei porque guardo essas coisas, só sei que na hora em que tenho que jogar fora, me dói! Eu sempre acho que aquilo tem alguma finalidade ainda não revelada, mas que algum dia eu saberei o que fazer com tudo o que guardo.
Olha, tem sido um parto a fórceps me livrar dessas coisas... primeiro as revistas, depois os trabalhos de faculdade, os papéis que não uso, os recibos, etc... as roupas pra doação eu já separei e domingo levo pra minha irmã dar na igreja dela, mas as roupas não me causam emoção nenhuma, essas eu dôo periodicamente, mas os papéis e as outras coisas inúteis, ai... essas doem fundo, e me deixa mesmo nauseada ter que jogá-las fora... :<
Agora vou tomar banho e dormir e não pensar que joguei tudo fora... afinal era pra ter sido a faxina de fim de ano que eu fui embromando, embromando e agora já estamos em fevereiro e eu ainda não terminei de me livrar do que não uso pra ter algum espaço e conseguir me movimentar nesse ninho de mafagafos! Acho que acabarei sendo a velha doida das caixas se continuar com essa acumulação desenfreada de inutilidades, igual ao velhinho que passa num dos episódios da segunda temporada de Dexter, o velhinho que é vizinho do Rodrigo e anota tudo de “anormal” que acontece na rua e que tem trocentas caixas espalhadas pela casa cheias de sabe-se lá que inutilidades... ó céus, acabarei em casa de pijama e meias vigiando a vizinhança pela janela! Ai, não! Credo!
Bem, o que aprendi com isso é que não adianta querer largar os vícios assim de uma hora pra outra porque esse colecionismo só pode ser um vício! O lance é ir se livrando dele aos poucos... bem aos poucos... fazendo um esforço de cada vez porque não tenho mesmo forças pra fazer tudo de uma vez. Não dá pra jogar fora de uma hora pra outra tudo o que fui acumulando ao longo dos anos e que têm valor sentimental pra mim! Entretanto, não vou amolecer frente ao desafio de me livrar de tudo o que pode ser considerado inútil por mim, é claro, não vou usar os critérios de outra pessoa pra remexer nos meus objetos pessoais. Tem uma amiga minha que disse que vem aqui em casa fazer um limpa nas minhas coisas com o maior prazer porque ela adora jogar coisas fora. Mas de jeito nenhum, disse eu! De maneira alguma vou deixar que outra pessoa decida o que é útil e o que é inútil pra mim. Pelo menos não em relação aos meus objetos. Com outras coisas eu não sei, até porque quem tem chefe não tem lá muita autonomia e tem que engolir muito sapo...
Enfim, eu manterei vocês, poucos e queridos leitores, informados quanto ao meu progresso durante esse período de diminuição do volume de objetos colecionados. Será que tem algum serviço como o AA pra quem sofre de colecionismo? Uma espécie de “10 passos pra quem quer deixar de colecionar compulsivamente” ou coisa do gênero? Acho que no final de semana vou googlar isso pra ver o que encontro.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Eu sou interessante!!!

Hoje aconteceu uma coisa muito bonitinha no trabalho, acho que foi o ponto alto da semana: duas colegas me disseram que se eu fosse homem, iam querer ser muito mais do que minhas amigas!
Motivo: eu sou a pessoa mais incrível que elas conhecem! Pode?! Puxa, fiquei tão feliz, tão emocionada!!! Achei tão bacana elas me elogiarem e me dizerem porque me achavam assim tão interessante e intrigante!
Pelo menos uma vez é bom receber elogios ao invés de críticas ou das costumeiras zombarias de anônimos... Puxa, é que dificilmente pessoas me elogiam pela forma como eu me comporto, pelas idéias que defendo. Normalmente as pessoas elogiam meu novo corte de cabelo, uma ou outra camiseta debochada, essas coisas fúteis que eu adoro, mas me elogiar porque eu sou uma pessoa com “valores” fortes, porque sigo uma ética firme, porque não acredito em deuses mas respeito todo mundo, escuto o que as pessoas têm a dizer a respeito de suas crenças, isso é beeeem difícil de acontecer e eu me senti feliz por isso, por ser elogiada pelo que eu sou, não só pelo que eu aparento ser.
Eu sou interessante! Legal, né?! :>

Ah, e uma delas sabe que eu cometi um grave deslize na minha conduta, mas eu nunca preguei que eu ou qualquer outra pessoa devêssemos ser perfeitas, ao contrário, eu sempre digo que a gente tem que respeitar todo mundo e tentar entender as fraquezas das pessoas, tentar fazer o possível pra que a nossa convivência em sociedade seja suportável e, por que não, até boa! A outra não sabe porque como é um erro que já foi encerrado, não é lá coisa que eu queira sair contando pra todo mundo. Talvez daqui a um tempo eu conte a estória omitindo os nomes verdadeiros e coisas do tipo pra não comprometer os envolvidos ou deixar que as pessoas escolham contar ou não a sua própria versão dos fatos.... enfim, eu sou legal e isso não muda nada! :p

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

losing my favorite game...

A voz grave dele entrando pelo meu ouvido e reverberando. Eu olho pra ele com o canto do olho e vejo todos os detalhes, e o que não vejo, imagino. Rio, olho pra frente. Olho pra o chão. Olho pro lado oposto. Danço mais um pouco. Ele força o efeito que tem em mim segurando minha cintura enquanto fala ao meu ouvido e me faz divagar. Eu rio e desvio os olhos dele e digo não sem a menor convicção. Então fala não olhando nos meus olhos, ele me diz. Claro que eu faço o que tenho forças pra fazer, rio e sacudo a cabeça em negativa enquanto olho pro chão. Tento dançar. Wanna dance my problems away, my life away.
Será possível que ele ainda não percebeu o estrago que faz em mim?! E no final das contas ele me dá um beijo na bochecha e se afasta. Eu respiro fundo, tento me recompor e sigo em frente porque permanecer no mesmo lugar significa me render. Vou em frente. Não procuro nada. Não quero nada além do que não posso ter, mas quem foi que disse que a vida seria justa? Quem disse que seria fácil?

Odeio tomar a decisão certa!

Quero que a porra do certo vá pra Putaquelhepariu! Droga... Porra de decisão certa pra quem?? Será que eu tô fazendo isso por mim mesma ou por ele ou por ela? Merda de consciência...

Mas agora já tomei a porra da decisão e assumi os freios que vão me deixar quietinha, na minha. E viajarei no carnaval. Pra mim isso é como retiro espiritual, só que ao invés de ficar rezando, eu danço, corro atrás de bloco, de banda, suo horrores, reclamo da porra do sol e rio dos bêbados e das pessoas com fantasias engraçadas e acho sempre uma merda não ter onde mijar, mas eu me divirto e isso é liberador. É catártico. E eu vou deixando as angústias de lado à medida que corro pra lá e pra cá e vejo lugares novos e relembro outros lugares e passo por situações engraçadas porque estou sempre sendo zuada por causa do visual... mas se normalmente não fico levando as coisas pro lado pessoal, no carnaval menos ainda: sorrio e sigo em frente achando tudo ótimo desde que a música seja boa. Por isso quero distância de onde toca axé ou coisas do gênero: se músicas legais me relaxam, me animam, músicas que detesto me deixam mal-humorada, puta da vida mesmo. E tudo o que eu não quero é estressar em pleno carnaval. E, acreditem se quiser, aprendi a sambar!!! Ah, muleke, só vai dar eu sambando feito uma gringa louca e desajeitada!!! :>

Mal posso esperar até que o carnaval me lave a alma e afogue minhas mágoas. Até lá... bem, enquanto isso vou tentando seguir adiante com minha vidinha, saindo pela tangente, escapando desses homens complexos demais pra mim, tentando manter tudo sob controle. Oxalá eu consiga me manter sob controle...

trilha sonora

domingo, 1 de fevereiro de 2009

sábado de verdade

Ah, hoje eu não fiquei em casa a noite sozinha resmungando não! Hoje eu tinha um Plano B! E deu certo!
Primeiro eu fui pra casa de uma das minhas irmãs em Sobradinho, almocei por lá uma deliciosa galinhada com pequi e depois fomos comprar uns tecidos e aí eu tive aquela sensação de que as coisas mudaram, parece que tem mais gente nas ruas do comércio da quadra central, mas tudo continua tão provinciano quanto sempre e que aquele ali não é mesmo meu lugar. Nunca foi. Senti-me feliz por ser só uma visitante. Tomamos água de coco, passamos na casa do meu irmão mais velho e, depois de contemplar duas cunhadas tomando banho de piscina com seus respectivos filhos, meus sobrinhos queridos que eu adoro, senti que estava mais que na hora de ir embora. Esses ambientes não são pra mim. Sinto-me presa. Acho assustador. Bem, eu fui lá pra deixar as lembrancinhas que trouxe de SP pras minhas sobrinhas e depois disso feito não tinha muito o que conversar e nem o que fazer ali. Fui lanchar com minha irmã numa padaria perto da casa dela que também é lanchonete e tem umas paradas muito gostosas. Impressionante como as coisas nas satélites são mais baratas do que em Brasília. Sinto falta da padaria perto da casa do meu pai com aqueles bolos deliciosos e os salgadinhos deliciosos.
Minha irmã acabou me levando pro conic, aí vi uns showzinhos que me deixaram totalmente nostálgica porque fazia muito tempo desde que eu não via esse tipo de show, desde o final da minha adolescência... Depois fui beber com meus amigos. Cheguei em casa depois das 2h, cansada, tomei banho e fui dormir depois de escrever isso. Não executei o Plano A que era sair pra dançar a noite inteira, mas pelo menos consegui conversar bastante e rir e me divertir com os meninos ao invés de ficar em casa xaropando sozinha. Não bebi muito pra não passar mal, o que no meu caso significa dizer que tomei uma keepcooler e uma dose de xiboquinha. Qualquer coisa além disso poderia me deixar mal. Matei a vontade de comer churrasquinho de gato também. Tinha uns bons dias que eu tava sentindo vontade e não tinha coragem de. Eu gosto do churrasquinho de gato do Pauí.

Ainda vou criar coragem e largar de ser maricas e pegar telefones de caras q eu vi e achei fofos pra... pra... bem, ainda não sei bem pra quê e nem qual desculpa usarei no dia em que conseguir fazer contato... Será que simplesmente funciona perguntar se o cara quer tomar um café? Quando eu tiver um tempo, perguntarei pros meus amigos pra ver o que eles dizem sobre isso. Porque é fácil convidar um cara que eu quero que seja meu amigo pra ir tomar um café, mas quando amizade seria o desfecho infeliz da estória, aí fica difícil...

sábado, 31 de janeiro de 2009

sábado a noite...

que pesadelo... sozinha em casa em pleno sábado a noite. puuutz, me sentindo a maior loooooooser ever... bem, uma amiga tá viajando, a outra foi fazer faxina no apê novo, a outra tem q ficar em casa cuidando dos filhos... uma me chamou pra ver uma banda cover dos beatles, mas prefiro o pesadelo ao martírio já q eu não curto nem o original, vou fazer o q no show da imitação?! segunda opção: house a noite inteira numa boate gls. I don't think so. se pelo menos a música fosse boa, tudo bem, eu já fui há tantas festas gls e até achava super divertido, até pq eu tinha aquela desculpa de não pegar ninguém porque os caras não se interessariam por mim e quem estaria interessado, as garotas, não me interessam. problema resolvido. muito mais fácil do q ir pra uma festa com uma boa quantidade de homens heterossexuais e voltar pra casa de mãos abanando... enfim, mas house não dá, não desce. só faltava ser uma festa da banda cover dos beatles em versões remix house. oh, céus, o que eu fiz pra merecer ficar em casa em pleno sábado a noite? ahhh, mas tinha outra opção: ir pra funfarra depois de ter ouvido o bastante dos beatles cover. mas o que foi que eu fiz pra ter essas opções?! afff... funfarra e seus dj's experimentalistas (=música masturbatória pra eles) q ficam a noite inteira tocando sabe-se lá o q, mas q é instrumental e dá a sensação de terem posto no repeat uma única música e aquele povo do contato-improvisação q fica dançando de frente pra o dj levantando os braços e rodopiando liberando a mente e o corpo numa puta viagem q tanto faria a porra da música ser o créu quanto bethoven! e tem a maior parte do público, os q vão só pra paquerar e pouco se fodem se a porra da música é a porra do créu ou a porra do bethoven e tem umas fodidas como eu que vão pra dançar e não tem o q dançar porque a porra da música é experimental demais a não ser pra porra do dj q tá se achando o máximo colocando aquele lado Z q ele descobriu numa porra dum sebo e q deveria ter ficado por lá. sair de casa pra q?
puta q o pariu! tô muito puta por ter ficado em casa! muito puta!

sabe, é nessas horas q a porra dum namorado (hummm, isso soou estranho...) faz falta. acho q é pra isso q eles mais servem: preencher as lacunas de horas em q nenhum amigo está dsponível e programas familiares são tão bem-vindos quanto a forca. :/
mas onde, diabos, se acha um namorado? onde é q eu consigo isso? é mais fácil conseguir drogas ilícitas pesadas do q a merda dum namorado! putaquemepariu!
acho que devem ser os malditos hormônios. deve ser essa merda de TPM. essa merda de sábado! a porra da solidão do sábado a noite pré-menstruação. além de sangrar durante dias eu ainda tenho q ficar em casa sábado a noite! quem aguenta isso?!
e sabe o q me acabou de ocorrer? hoje nem mesmo é sábado, louca! hoje é sexta! sexta! putaquemepariu! hoje é sexta... que merda.
loooooooser!
fuckin' loooooser!
oh, my dog, só espero q tenha sobrado sorvete na geladeira...
que os deuses tenham piedade dessa minha porra de alma...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

cup noodless

Tava conversando com um amigo no msn, sentindo meus mamilos latejarem por causa das argolas que recoloquei hoje, pensando na festinha pra qual iria mais tarde e aí meu celular tocou e eu ia já atendendo quando li no visor “número desconhecido”. Claro que não atendi! e ainda fiquei puta porque não consigo entender porque um ser humano normal ligaria pra alguém que conhece usando um bloqueador pra que a outra não saiba quem está ligando. Acho que só os seqüestradores fajutos de algum presídio longínquo teriam motivo pra fazer isso. Se uma pessoa tem o número do meu celular é porque me conhece, logo, por que quiabos não quereria que eu soubesse quem está ligando? Se, por outro lado, é uma pessoa que eu não conheço, pra que quiabos está me ligando? Coisa de psicopata na minha opinião fazer esse tipo de coisa. Que palhaçada!

Agora eu já voltei da tal festa, estou comendo um nutritivo cup noodless porque a preguiça é diretamente proporcional à fome, e estou ouvindo a minha playlist do orkut. Talvez eu devesse vê-la já que são clipes, mas a verdade é que não tenho grandes paciências pra clipes, não pra ficar vendo um após o outro, prefiro ouvir as musiquinhas e imaginar como seriam os clipes e ver um por dia, quando muito. É, acho que substituirei os miojos por cup noodless. Mais prático ainda e só vai sujar um garfo. Custo benefício... E nele tem umas coisas marrons e outras laranjas que devem ter sido, respectivamente em outras encarnações, carne bovina e cenouras...

Acho que verei tv. Fica difícil digitar e comer ao mesmo tempo usando garfo...

sábado, 17 de janeiro de 2009

sexta insana

Não é nada fácil manter o caos sob a camada tênue de gelo...
Manter a pose, a agenda e o sorriso nos lábios
Manter a calma
Engolir cada estocada como se não fosse nada
Como se nada fosse
Suportar tudo com bom-humor
Suportar, agüentar, tolerar
Até quando?
Até quando?
Até o limite da sanidade...
Até meu limite.

E aí, um simples não torna-se insuportável. E eu me rebelo contra tudo e contra todos e preparo meu ataque a uma presa indefesa e fodam-se todas as conseqüências porque nada me importa naquele momento de ira e...

Orgulho ferido é uma merda.

Agora, o que está feito está feito. Mas e o que acabou ontem? O quê? Se nada existia, como é que pode acabar? Mas havia alguma coisa sim, algo inominável. Algo que estava me devorando de dentro pra fora enquanto eu fazia de conta que estava tudo bem, tudo sob controle.
Não se pode controlar os sentimentos dessa forma, Verônica, cai na real!
Caí.
Doeu.
Não quero mais essa realidade bipartida. Quero uma só realidade. Uma em que O Homem seja meu. Não quero só os erros. Não quero só o corpo, a mácula. Quero tudo. Pelo menos as frustrações de um homem completo assim valem mais a pena. Não quero me dar pela metade.
Porque foi um tempo muito bem gasto é que é foda ter que esperar por mais. Se todo o tempo tivesse sido ruim, não teria durado tanto. Não teria durado nada. Mas foi bom. Foi ótimo pra ser sincera. E toda a culpa se esvaía naquele par de olhos, naquela boca, naquela voz...

Então estou pulando de fase. Encerrando uma a força, na marra, muito sem querer na verdade. A outra fase, mesmo que vazia, é outra e isso é o que deveria importar. Novos erros, novas frustrações. Pelo menos alguma novidade e a promessa de que talvez alguma coisa se encaixe nessa porra de quebra-cabeças que a gente chama de vida.
Pouco importa. Acho que ele me odeia. Não deveria. Entre todas as pessoas no mundo, ele não deveria me odiar. Deveria me pôr no colo e dizer vá viver sua vida, menina. Uma sem mim, uma só sua. E adeus, menina.
Achei que não ia me apegar. Me apeguei e dancei. Dancei bonito. Fazia tanto tempo que eu não vacilava assim... anos... mas quando o Desejo aparece, tantas outras coisas somem, desaparecem. A experiência foi pro saco, ficou só o Desejo.
Muito foda isso! Sabe quando você olha pra um cara e simplesmente você o quer no matter what? Pois é. É uma merda isso. É o Desejo. Porque, nesses casos, sempre há um impedimento moral, legal, sei lá. A gente só deseja tanto porque não pode ir lá simplesmente e pegar aquele homem e pronto. Se pudesse, seria só a tranqüilidade da reciprocidade, ainda que com alguns atropelos. Mas quando a gente quer um homem e não pode, fode tudo! E não adianta me dizer que me quer também e não pode. Isso não é consolo, é gasolina!!! Aí meu corpo em chamas sai correndo em disparada, sai correndo até encontrar uma contenção.

Agora o inominável acabou de um jeito triste, sem nem um tchau, sem nem um beijo de despedida. Sem nada.

O Desejo, esse não termina aqui não. Esse vai comigo aonde eu for ainda por um tempo. Esse vai me fazer olhar pra os lados pensando que talvez ele esteja por perto. E mesmo que eu não veja mais, tenho certeza que minhas pernas ainda vão tremer só de pensar nele porque ele é O Homem que eu quis e que me quis e que nada aconteceu entre nós para além do Desejo. Essas coisas mal-resolvidas nunca acabam.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

SP janeiro 2009


a lua saiu antes do sol se pôr
na estação de metrô de Sumaré.
adoro as cores do pôr do sol...


árvore de caveirinhas felizes no Memorial da América Latina


Memorial da América Latina
essa maquete me fez sentir voando
eu e meu allstar de oncinha lindo e sujo como todo bom allstar tem que ser :>


painel do Portinari no Memorial da América Latina
a Lara disse q se sentiu num templo. eu acho que não poderia ter me sentido assim porque não tenho fé, não sinto comoção nenhuma além do prazer da fruição estética que, de certa forma, deve ser o mais perto de qualquer deus que eu já cheguei...


Memorial da América Latina e placas de argila com réplicas de arte rupestre de sítios brasileiros.
amo! me comove demais arte pré-histórica.


Memorial da América Latina
essa Barra Funda é super parecida com Brasília, mas eu gostei assim mesmo :>
achei muito bonita e expressiva essa mão aí e a risada foi sem querer, não foi desrespeito não


eu em meu nível máximo de interação com "a natureza" no Parque Trianon e confesso que só entrei nele porque o MASP tava fechado


voltando pra casa, sonhando acordada entre as nuvens...
não consigo deixar de achar incrível que nós, míseros seres humanos, consigamos realizar coisas lindas como esta: voar.

fim de ano - início de ano

A transição de 2008 pra 2009 foi super tranqüila pra mim. Nada de extremamente interessante, emocionante ou dramático aconteceu, o que eu considero positivo. Nada de excessos, nem mesmo de álcool. Decidi que o próprio reveillon deveria ser mais pra tranqüilo, então pus um vestidinho branco, minhas botas e fui dançar a noite inteira bebendo só fanta e guaraná. Achei que seria bom isso, começar 2009 de um outro jeito. Normalmente eu uso preto e vou a alguma festa com os amigos e sempre bebo. Deve ser pura superstição mas e daí? O lance é recorrer a tudo o que estiver ao alcance. Eu acho.
Não estive muito inspirada pra escrever nesses últimos dias. Andei muito é pensando na vida como sempre, não fazendo aquelas resoluções de ano novo que uma caralhada de gente faz – inclusive eu costumava fazer – só pra depois não fazer porra nenhuma do que havia pensado em fazer. Não, não. Eu estive pensando nas coisas que tem me acontecido e em como eu estou reagindo a elas e o que eu poderia fazer pra que fossem melhores... Não cheguei a conclusão alguma. Mas não escrevi porque não tenho sentido muitas coisas, nem raiva, nem amor, nem nada disso. Ando meio anestesiada, mas isso é bom, é bom ficar um tempo no stand by das emoções porque comumente estou sempre agitada, nervosa, ansiosa, enfurecida e isso nunca me leva a nada além da verborragia... Devem ser os hormônios.
Mas semana passada eu larguei o ócio filosófico das minhas férias e fui passar uma semana em São Paulo com duas amigas na casa de um casal de amigos nossos e foi uma semana muito boa. A nossa amiga não estava em casa, só o marido dela. Ela chegou na véspera da nossa volta. Eles são um casal lindo e agora a família aumentará com o nascimento próximo da primeira filhinha deles. Ver esse tipo de coisa, o carinho entre eles, o cuidado, ver essas coisas me faz ter esperanças porque eles estão juntos há anos e ainda se tratam como se fossem namorados. Acho triste ver esses casais que nem andam mais de mãos dadas, que não se beijam e não fazem carinhos... Mas vendo os dois é tão claro o amor entre eles e eu penso que o mundo não precisa ser esse mundo cão e que há chances das pessoas realmente encontrarem um amor que dure e que não seja uma fantasia romântica mas sim a vida de duas pessoas unida por um mesmo propósito. E, mais ainda, talvez um dia eu viva isso. Existe uma esperança. Ressalva: não quero viver a parte do casamento e dos filhinhos, só a parte do amor duradouro, tá bom?, de preferência cada um morando na sua própria casa, mas, enfim, era isso o que eu queria escrever hoje, que há esperanças.