sexta-feira, 7 de agosto de 2009

hippie suja

Queria que fosse lua cheia pelos próximos três meses. Talvez três seja um pouco demais, ok, mas que tal até eu terminar o bendito cursinho? É que eu venho andando e a lua é uma ótima companhia. A melhor. Ela vai me acompanhando silenciosamente até eu chegar em casa e continua lá de vigia mesmo quando eu já dormi.
É uma sensação tão boa caminhar com a lua! Agora que as noites estão frias então, putz, sensacional! Sinto-me resguardada, protegida mesmo. Diferentemente da idéia opressora que eu tenho de deus desde que me disseram que ele fica o tempo todo comigo. Nossa, que tristeza eu senti quando me disseram isso! Eu não queria ficar o tempo todo com ninguém, muito menos com deus. Será que ele não tira folga?, perguntei. Não!!! Ele fica o tempo todo, O TEMPO TODO de olho em você, responderam. Até quando estou fazendo cocô?, perguntei. Que pergunta idiota, menina!, me responderam. Fiquei tão impressionada com a tal da onipresença (a palavra eu só descobri muito tempo depois de ter sentido o significado) que desenvolvi um pavor da figura divina. Até hoje tenho medo. Deus me livre de deus!
Mas a lua, a lua não é onipresente, ela só aparece de noite, e mesmo assim tem várias noites em que ela não aparece. Eu gosto muito da idéia de que ela está lá em algum lugar no céu ocupada com suas próprias coisas eventualmente passando pra dizer um oi ou pra me acompanhar enquanto caminho de noite pra casa e aí eu fico feliz só por isso, por estar caminhando pra minha casa de noite.
Hoje eu até parei pra ver uma flor branca numa das árvores aqui perto de casa. E eu só a vi porque ela estava iluminada pela lua, contrastava com as folhas escuras pela falta de luz de poste nas proximidades. E que flor em sã consciência preferiria a luz amarelada de um poste à luz da lua? Certamente não aquela. Se eu fosse flor, também não. O que me deixou pensando agora que eu queria ser aquela flor, ou seja, sou – no fundo no fundo – uma hippie. Ai, credo. Será este o meu fim?! Será que terminarei meus dias fazendo colarzinho de semente e arrastando chinelinha com o cabelo sujo por aí? Que medo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Toda noite "deito no chão da minha existência". É geralmente neste silêncio que escuto os ecos dos meus dias e é difícil saber que mais um dia acabou sem algo de positivo.

Beijo amiga Vevs.
Max