segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

losing my favorite game...

A voz grave dele entrando pelo meu ouvido e reverberando. Eu olho pra ele com o canto do olho e vejo todos os detalhes, e o que não vejo, imagino. Rio, olho pra frente. Olho pra o chão. Olho pro lado oposto. Danço mais um pouco. Ele força o efeito que tem em mim segurando minha cintura enquanto fala ao meu ouvido e me faz divagar. Eu rio e desvio os olhos dele e digo não sem a menor convicção. Então fala não olhando nos meus olhos, ele me diz. Claro que eu faço o que tenho forças pra fazer, rio e sacudo a cabeça em negativa enquanto olho pro chão. Tento dançar. Wanna dance my problems away, my life away.
Será possível que ele ainda não percebeu o estrago que faz em mim?! E no final das contas ele me dá um beijo na bochecha e se afasta. Eu respiro fundo, tento me recompor e sigo em frente porque permanecer no mesmo lugar significa me render. Vou em frente. Não procuro nada. Não quero nada além do que não posso ter, mas quem foi que disse que a vida seria justa? Quem disse que seria fácil?

Odeio tomar a decisão certa!

Quero que a porra do certo vá pra Putaquelhepariu! Droga... Porra de decisão certa pra quem?? Será que eu tô fazendo isso por mim mesma ou por ele ou por ela? Merda de consciência...

Mas agora já tomei a porra da decisão e assumi os freios que vão me deixar quietinha, na minha. E viajarei no carnaval. Pra mim isso é como retiro espiritual, só que ao invés de ficar rezando, eu danço, corro atrás de bloco, de banda, suo horrores, reclamo da porra do sol e rio dos bêbados e das pessoas com fantasias engraçadas e acho sempre uma merda não ter onde mijar, mas eu me divirto e isso é liberador. É catártico. E eu vou deixando as angústias de lado à medida que corro pra lá e pra cá e vejo lugares novos e relembro outros lugares e passo por situações engraçadas porque estou sempre sendo zuada por causa do visual... mas se normalmente não fico levando as coisas pro lado pessoal, no carnaval menos ainda: sorrio e sigo em frente achando tudo ótimo desde que a música seja boa. Por isso quero distância de onde toca axé ou coisas do gênero: se músicas legais me relaxam, me animam, músicas que detesto me deixam mal-humorada, puta da vida mesmo. E tudo o que eu não quero é estressar em pleno carnaval. E, acreditem se quiser, aprendi a sambar!!! Ah, muleke, só vai dar eu sambando feito uma gringa louca e desajeitada!!! :>

Mal posso esperar até que o carnaval me lave a alma e afogue minhas mágoas. Até lá... bem, enquanto isso vou tentando seguir adiante com minha vidinha, saindo pela tangente, escapando desses homens complexos demais pra mim, tentando manter tudo sob controle. Oxalá eu consiga me manter sob controle...

trilha sonora