segunda-feira, 24 de setembro de 2007

pra desestressar

O dia não começou muito bem não, na coordenação só pedrada do GDF... impressionante como as pessoas que elaboram as políticas públicas conseguem cada vez mais ter idéias de merda! Enquanto as idéias de merda vêm e vão, a Educação vai pra o espaço. Quer dizer, a educação pública, porque as escolas particulares vão de vento em popa, né? Que bosta. Não quero mais dar aula, tô cansada dessa demagogia, desse descaso. Putz....

Corri pra aulinha na UnB achando que seria bacana... porra nenhuma! Não teve nem meia hora de aula! Era apresentação de grupo, mas só o meu e um outro apresentamos, o outro grupo inventou uma desculpa esfarrapada e se safou. Mas mesmo que eles tivessem apresentado, teria dado uns 40 minutos de aula, sendo que a bendita dura uma hora e cinqüenta. Nossa, fiquei indignada pra caralho! Saí feito uma louca do trabalho, tive que descer a porra da L2 correndo até a bosta da biblioteca pra ter nem meia hora de “aula” e ter que subir tudo de volta sem nenhum bom motivo! Que merda! Deveria ter ficado na coordenação preenchendo as avaliações bimestrais dos aluninhos.

Pelo menos a tarde não foi tão difícil. E a última turma que peguei estava bem pequenininha, então foi massa. E as outras não deram tanto trabalho quanto de costume. Impressionante a diferença – pra melhor – que a ausência de umas peças raras faz!!! Impressionante!

Pra dar uma desestressada de mim mesma (porque meu mal-humor está em limites críticos), fui ao meu refúgio: Extra da assa norte. Além do grande circular passar lá pertinho, nunca vi um Extra melhor. Passeei entre as gôndolas, comparei preços, vi um monte de coisas que não preciso, comprei o que estava na minha listinha e voltei pra casa. Ficou faltando só a tampa pra microondas, aquelas que a gente põe em cima de pratos pra não respingar o bichinho todo. Não achei lá... :< Em compensação, comprei um avental novo, dessa vez de um material plástico pra não molhar a barriguinha enquanto eu pilotar a pia... Nóo, tô cada dia mais dona de casa mesmo. Enfim, desestressei. Eu amo hipermercados. Adoro fazer compra de mês. Levo horas checando datas de validade, pesos e preços, diferenças entre marcas... Adoro. E ninguém nunca fala comigo no supermercado, a não ser que eu seja alguém que eu realmente conheça a pessoa. Entro muda e saio calada, dou só um boa noite pra o caixa e pronto.

Só ficar esperando o grande circular é que não é lá muito legal, mas o que se há de fazer quando só se tem passes estudantis? Um dia ainda compro uma motoca e não terei mais que esperar pelo grande circular ou por nenhum outro ônibus nessa Brasíla. Um dia.

Agora eu vou dormir e me preparar pra o dia de amanhã que começa bem cedo e termina bem tarde... :/

Espero que meu mau-humor continue diminuindo. Espero que o calor passe logo. Espero ganhar na loteria. Enfim, espero um monte de coisas que provavelmente não acontecerão... Fazer o quê, né?

domingo, 23 de setembro de 2007

domingos - final

O cara atrás de mim na fila do ônibus cutucou meu ombro. Virei tirando o fone do ouvido.

– Fizeram um ensaio em você? – Ele perguntou rindo, numa nítida alusão às minhas tatuagens.

– Não. – Respondi secamente enquanto recolocava o fone e virava pra frente.

As pessoas se acham tão engraçadas, né? Eu só gostaria de saber por que insistem em fazer contato comigo. Cara fechada, fone no ouvido, não poderia ser menos convidativa a uma conversinha com desconhecidos. Nisso que dá andar de ônibus. Quem puxa conversa com gente andando de carro?

Antes disso, no ônibus que peguei da casa do meu pai até a rodoviária, aconteceram coisas, claro. Quanto mais cheio um ônibus, mais coisas devem acontecer nele. Primeiro uma mulher começou a ler a palavra em voz alta no ônibus, como se o barulho do ônibus e das conversas e das crianças já não fosse o suficiente. A palavra: alguma passagem da bíblia que ela achou muito importante compartilhar com os demais passageiros. Eu – graças a todos os deuses! – só precisei aumentar o volume do mp3 e tudo ficou bem :>

Depois eu vi um cara que eu jurei muito familiar. Tentei procurar nos arquivos empoeirados da minha memória e, claaaaaaaro, a resposta (mais ou menos) só veio depois que ele já tava bem fora do meu alcance. Acho que foi um menino que fez introdução à antropologia comigo há séculos atrás e era um doce de pessoa. Eu cheguei a dizer isso um dia pra ele, que ele era o cara mais doce que eu havia conhecido. Ele ficou vermelho feito um pimentão. Bem, era verdade.

Por último, entra uma mulher com uma menininha no colo. É claro que nenhum dos marmanjos ou das mulheres com bolsinhas embaixo do braço cedeu o lugar, eu tive que ceder. Pedi à mulher que deixasse minha mochila lá no chão porque estava muito pesada pra eu ficar carregando. Ela agradeceu sorrindo e disse que tudo bem. Gentileza é coisa difícil de se arranjar hoje em dia. Puxar conversa com quem não deve esses putos puxam, mas ceder o lugar pra mulher com criança de colo, isso ninguém faz. Aff....

Deu pra ver o relógio do BRBosta marcar 19:54 e, na seqüência, 29º. Aff Maria! 29º de noite! imagina quanto não foi durante o dia? Eu passei a tarde inteira na sauna da casa do meu pai. A casa é uma sauna. Quer dizer, falta o eucalipto, mas o calor é igualzinho. Como diria um amigo, tivesse tecla crisp, seria um forninho de microondas. Afff. Hoje eu e meu pai passamos a tarde juntos. Não poderia ter sido um programa mais terceira idade: eu tricotando e ele vendo as coisas mais trashes que passam na tv aberta de domingo. De vez em quando eu erguia os olhos pra confirmar se a barbaridade que estava ouvindo era verdadeira... De simple life ao jogo do palmeiras, ouvi de tudo... O que me deixou mais estupefacta? O novo uniforme do palmeiras. Que lixo verde-limão-pakalolo é aquilo??? Deuses! Se eu fosse torcedora, me recusaria a usar aquilo, continuaria com o antigo verde-papagaio que é bem menos horripilante, embora também não seja nenhum paradigma de beleza...

Mesmo tendo passado a tarde inteirinha tricotando, infelizmente não consegui terminar o cachecol do Mano, mas talvez consiga amanhã.

Ah, pior é que esqueci de tirar dinheiro do banco e não tive como deixar pra o meu pai jogar no tigre pra mim amanhã. No tigre e no macaco. Sonhei com o tigre, mas tenho pensado em macacos desde ontem. Droga, se der macaco ou tigre ficarei muito puta.

domingos

Realmente tem alguma coisa muito estranha acontecendo no meu organismo... nos últimos finais de semana, apesar de ter tempo de sobra pra dormir, acordei cedo. Hoje, tive um daqueles sonhos “cinematográficos”, no qual até apareceu uma das mulherzinhas do Melrose, aquela loira que é mulher do Jim no Acording to Jim. Estávamos numa floresta e tinha muita criança junto e só adultos bonitinhos, brancos e loiros, daí ser totalmente hollywoodiano... Putz, como esses filmes influenciam minha vida... afff, até meus sonhos seguem essa estética cocô. Uma bosta, mas, enfim, na verdade essa era uma segunda parte do sonho, lembrei agora porque fui parar nessa bendita floresta e porque haviam tantas crianças: eu estava dando aula num dia depois do feriado e não estava com a menor vontade de fazer absolutamente nada, queria levar as crianças pra fazer recreação na parte da frente da escola, mas chegando lá estava lotada como nunca vi, como se as crianças de todas as escolas tributárias estivessem lá (isso sozinho já seria um pesadelo, aliás). Aí eu me vi com as crianças no que seria os fundos da escola, que parecia uma chácara, com uma espécie de cabana caindo aos pedaços e muitas árvores altas e aí aparecem esses adultos branquelos não sei de onde. De repente, não mais que de repente, estava eu conversando com o cara mais bacana de lá, que parecia ser um monitor ou sei lá o que, quando ele me diz que tem um tigre espreitando as crianças. Aí fudeu, foi um bafafá geral, uma adrenalina escrota correndo nas minhas veias e na de todo mundo que tava lá, e nós fomos levando as crianças pra dentro da cabana, e adivinha quem ficou por último? O cara bacana. Quando ele e o tigre estavam muito próximos, mas havia chance dele entrar na casa, surgiu do nada uma loira escandalosa que, gritando o nome dele, o distraiu e o tigre pulou em cima dele e o estraçalhou. Eu fiquei com vontade de empurrar a loira pra junto do tigre, mas o povo da cabana a puxou pra dentro. Depois uma das criancinhas quase sai da cabana e vai parar no estômago no tigre, mas a loira do Melrose que era mãe dela, a salva. Depois disso não teve mais muita ação no sonho não, foi mais a gente planejando o que fazer diante de um novo ataque e coisas do gênero porque estávamos presos ali.

Acordei indignada por ter um sonho tão besta e por ser tão cedo. Lembrei da época em que era acordada cedo aos domingos pra ir pra missa. Já não bastava acordar cedo de segunda à sexta pra ir à escola, ainda tinha que acordar cedo aos sábados pra ir ao bendito ensaio de canto e no domingo pra ir à missa. Como eu detestava ir à missa. E ir ao ensaio de canto. E à catequese que era durante a semana de tarde. Nos finais de semana eu queria era passar o tempo no sodeso, o clube lá pertinho de casa. Queria era ficar brincando na piscina. Mas não, piscina e clube só depois da missa. Quanto tempo perdido, meu Deus, eu dizia pra mim mesma, morrendo de medo de Deus, é claro. Tem mais de vinte anos isso. Deuses, agora minhas referências são datas em décadas, não mais em anos ou meses! Vinte anos! Mais de vinte anos! Ser balzaquiana tem dessas...

Outra coisa que me revoltava – silenciosamente, claro, por que com quem eu falaria esse tipo de coisa? minha mãe? meu irmão que estava prestes a ir ao seminário? minhas amiguinhas que morriam de medo de ir pra o inferno? I don’t think so. Esse tipo de pensamento numa criança de nove anos fica só pra ela mesma – era a tal “coroação de Maria” da qual participei acho que duas vezes. Era humilhante ficar lá escondida atrás das belas e graciosas filhas dos mais proeminentes membros da congregação. Eu sabia que, parecendo um menino com aquele cabelo tosado não ficaria nunca na frente. Acho que só consegui cantar uma frase uma das vezes porque meu irmão-futuro-padre deve ter pedido como favor pessoal à senhora que nos ensaiava. Mas mesmo assim eu dizia minha parte lá do fundo. Duas meninas sempre coroavam Maria, uma loira e outra morena, ambas com enormes cachos caprichosamente feitos para aquela ocasião. Eram sempre as mesmas duas todo ano. E eu, com minha cara de menino, que tinha só medo de Deus, que detestava ir às missas ao invés de ir ao clube, ficava ali assistindo àquele freakshow de preconceitos, disputa financeira e política. Tem mais de vinte anos isso. Felizmente algumas coisas mudaram na minha vida. Não sou suficientemente feminina para os padrões mas isso agora é intencional. Agora eu uso cuecas boxer porque quero. Agora eu não vou nem à igreja e nem tampouco à clubes: ambos me provocam imenso mal-estar. Só apareço em igrejas em cerimônias muito específicas como casamentos e batizados de sobrinhos. Inclusive já até fui madrinha de casamento e sou madrinha de uma das minhas sobrinhas. Quem diria, né? Quem diria...

Agora vou tomar acordar de fato pra ir à casa do meu pai passar mais um domingo em família. Agora passo domingos em família por vontade própria também; como alguns vegetais além de batata frita e milho em forma de pamonha; arrumo minhas gavetas; tomo banho sem ser mandada, bem como escovo os dentes depois das refeições. Coisas bizarras acontecem na vida da gente :>

Aliás, uma das melhoras coisas de me tornar uma adulta independente foi poder deixar pra trás todo elenco de ensinamentos pra higiene e saúde física, mental, moral e religiosa que eram grandes baboseiras e escolher alguns bacanas e com fundamento pra continuar seguindo. É muito ruim fazer coisas só por medo de apanhar ou ir pra o inferno... Ok, ainda deixo de fazer algumas coisas por medo de apanhar, mas, enfim, vocês entenderam....

sábado, 22 de setembro de 2007

o mundo X eu

Não é que eu queira que o mundo se exploda, só não quero que me venha bater à porta.

Hoje não.

Nada de diálogos, quero solilóquios: eu com meus botões. Eu sozinha.

Já falei demais durante a semana, surtei com alunos, me aborreci com colegas de faculdade, chorei de preocupação, choraminguei vendo comédias românticas.

Hoje eu quero tricotar de camisola e meia. Em silêncio. Quer dizer, o rádio fica ligado, sintonizado na Câmara, mas eu não falarei com ele também.

Hoje não quero falar nem com o Chico Buarque.

Escrevo porque é melhor escrever que falar.

Nada de cinema. Nada de festas. Nada de sair de casa e ver... e ver... gente. Quero distância de gente hoje. Quero sossego. Agora, eu quero isso, depois não sei. Quem se importa com depois?!

Não sei porque meu humor flutua tanto, porque é tão instável... Ontem estava tudo ok, cinco minutos depois... afff... tenho certeza de que a constância – num humor menos “afetado” que o meu – faz bem pra saúde. Será que são os hormônios? No meu caso, quero pensar que sim, porque ou é isso ou é um caso extremo de transtorno bipolar... Bem, só sei é que no auge da minha TM, quero mais é ficar só pra não me aborrecer com ninguém e nem aborrecer aos outros porque com essa cara de cú que estou agora, não tem ninguém que mereça minha péssima companhia hoje.

Amanhã... sei lá, ainda falta muito tempo pra amanhã chegar pra eu me preocupar hoje com o dia de amanhã. Agora voltarei pra minha caminha e pra o cachecol do meu irmão porque eu prometi à minha cunhada que entregaria o cachecol no aniversário dele que é daqui a alguns dias. Espero conseguir terminá-lo até amanhã. Depois, lá pela semana que vem, começo o do Gustavo. Quem sabe, quando ele chegar, o dele também estará pronto. Meus deuses, sou uma Penélope! afff... A diferença é que eu não desmancho o que faço a não ser que não goste do resultado, o que costuma acontecer bastante quando começo um cachecol porque é difícil se decidir pelo melhor ponto pra uma determinada lã; é preciso testar várias possibilidades. Mas depois que acho uma que me agrade, pronto, não desmancho mais.

Se meu humor der outra reviravolta, escrevo mais depois. Por hora, somos só eu & eu. E o dia está lindo, perfeito pra ser gasto comigo mesma :>

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

afff...

Cinismo. Dentre as piores coisas, a pior. Fico impressionada em como crianças tão pequenas conseguem ser tão cínicas. Tenho medo do tipo de gente que serão quando ficarem maiores. Afff...

Crianças são vampiras de energia. Depois de cinco horas cercada delas, sinto-me um resto de gente. Não tenho ânimo nem pra sair com minhas amigas, tive que desmarcar a ida a uma festa. Estou no final das minhas energias... Pelo menos não tenho que ir pra aula hoje à noite. Seria triste. Estou bocejando loucamente e não são nem 19h!!! Verdadeiro absurdo.

Sabe o que eu queria, o que me faria sentir bem melhor? Gustavo. Ele é meu recarregador de bateria... Queria poder ficar com ele entre beijinhos, amassos, pão com nutella e filminho de terror. Infelizmente ficarei só na vontade... Terei que me contentar com um banho quente e pão de banana com muita nutella. Gustavo agora só mês que vem :<

Essa coisa de namoro à distância é bem complexa quando se tem tempo disponível numa sexta-feira à noite e nenhuma vontade de sair de casa... Hoje é um daqueles dias feitos pra ficar em casa com o namorado. Pena que a casa dele fica em outro estado. Uma pena mesmo :<

Quem poderia supor que estaríamos juntos depois do início bizarro no carnaval trash de Diamantina?! Destino. Eu tinha que não ter ido pra os lugares nos quais realmente queria passar o carnaval. Tinha que estar passando aquela bosta de axé pra eu ficar lá parada e, portanto, mais vulnerável. Se eu estivesse no Rio ou em Recife, estaria me acabando de dançar, não pararia pra dar conversa pra um cara. Se lá em Diamantina estivesse tocando uma música decente de carnaval, um sambinha, uma marchinha, ou alguma verão à la monobloco, eu nunca teria dado papo pra ele. Destino. Não tem outra explicação. E estamos juntos, embora geograficamente separados, desde então. Desde o dia 20 de fevereiro. Bastante tempo, né? E o incrível é que a gente ainda não enjoou um do outro. Talvez seja a distância. Talvez seja afeição verdadeira. Seja lá como for, desde então eu vivo contando os dias pra vê-lo novamente. E toda vez que ele vai embora é horrível, fica um vazio imenso na casa e em mim... triste...

Agora preciso esperar pelo feriado de outubro. Espero que os dias passem logo pra ele chegar logo. Que posso fazer se ele deixa minha vida melhor? Nada além de aproveitar ao máximo, né? :>

Depois que eu terminar de pagar o microondas, minha próxima aquisição será uma máquina de lavar louças. Como eu odeio lavar louças! Odeio todas as tarefas domésticas, mas lavar louças é a pior porque é algo que nunca termina, não deixa de haver louças pra se lavar nem por um intervalo de uns dois dias aqui em casa e olha que eu moro sozinha! Deuses me ajudem! Ainda mais tendo poucos talheres e pratos, sou obrigada a lavar a louça mesmo sem querer, ainda que fique embromando por vezes alguns dias. Odeio tarefas domésticas. Odeio. Só faço porque não tem mais ninguém aqui pra fazê-las. Mas já decidi que pagarei uma faxineira pra vir uma vez por mês pra dar uma limpada caprichada naquilo que eu só dou uma tapeada no resto do mês. Preciso me dar ao luxo de ter alguma mordomia, né não? Pra quê eu ralo tanto no trabalho se não posso nem pagar uma faxineira uma vez por mês? Bem, claro que eu mesma poderia fazer a mega faxina uma vez por mÊs como venho fazendo desde que moro sozinha, mas a questão é justamente essa: eu posso fazer mas não farei: pagarei pra alguém fazer por mim. Isso que é mordomia, eu acho, ter alguém pra fazer pela gente o que nós mesmos poderíamos perfeitamente fazer... De vez em quando é bom. Especialmente porque eu já dou uma limpadinha básica na casa uma vez por semana...



Puuutz, tem um cheiro horrível vindo pela minha janela. Parece ser algo do tipo creolina. Sei lá.

Enquanto escrevia essas coisas aproveitei pra procurar uns filmes pra baixar. Agora vivo baixando filminhos. Foda é que só consigo achar legendas de português de Portugal... é meio esquisito, especialmente a parte das gírias, mas dá pra entender. Ando viciada em baixar filminhos. Culpa da indústria do entretenimento que ainda cobra caro demais pelos dvd’s originais, apesar de ter muitos títulos sendo vendidos por precinhos bacanas nas americanas. Tenho pouquíssimos dvd’s originais. Queria muito, por exemplo, o de Lavoura Arcaica, mas por R$49,90, nem pensar! O filme é sensacional, um dos mais lindos que já vi na vida, mas esse preço é um absurdo! Um ultraje! Poderia ser vendido muito mais barato pra que o maior número de pessoas pudesse tê-lo. É porque a intenção não é popularizar, é elitizar... uma bosta essa tendência. Pois então continuarei baixando mesmo e viva a democratização da informação!!!

quarta-feira


De todas as árvores da UnB, esta é a minha favorita. Fica na FT, pertinho da parada do 110. Não faço a menor idéia de que tipo de planta seja, e nem quero mesmo saber. A mim basta saber que ela é linda! Linda!
Agora que peguei a câmera do meu irmão emprestada, posso fotografar tudo o que gosto, tudo o que eu sempre vejo por aí enquanto ando e não podia capturar pra levar comigo. Essa tecnologia é uma coisa que pode ser tão bacana, né?

...



Quarta-feira, além de sair por aí fotografando árvores na UnB, eu cortei meu cabelo. Eu fiquei muito indignada com o tanto de calor que senti nos últimos dias. Detesto calor. Detesto. Detesto suar. E, no entanto, suo como os diabos. Droga.
Depois do trabalho, cheguei em casa, olhei no espelho e pensei que não há nenhuma razão pra continuar com tanto cabelo assim numa época tão quente e seca. E, bem, como o cabelo que estou usando só é meu porque eu paguei por ele, foi ainda mais fácil me livrar de boa parte dele. Antes estava batendo perto da bunda, agora só roça os ombros porque fiquei com medo de cortar demais e cortar o meu cabelo de verdade junto. Sou péssima com medidas e quantidades, então é melhor não exagerar porque depois eu me empolgaria e acabaria ficando tosquiada feito uma ovelha... Bem, já fiz isso antes, especialmente com a franja... afff... na última tentativa de cortar a bendita, cada vez ia ficando mais torta até que desisti quando faltava pouco pra chegar à raiz... ficou engraçado.

Maysa

Sábado, Mary me convenceu a sair de casa de tarde pra ir à livraria comprar o presente de uma amiga aniversariante. Não encontramos o livro que ela queria em nenhuma. Impressionante. Era um do Gabriel Garcia Marquez que não consigo lembrar o nome nem com reza braba, mas, enfim, o que aconteceu é que quando estávamos saindo de uma das livrarias, vi o livro que eu nem sabia que havia sido publicado, mas que eu tinha que ter, um livro sobre uma das minhas divas, a Maysa. Ahhh, a Maysa... Ela tem me acompanhado desde minha primeira dor-de-cotovelo até a última.
Ninguém jamais poderá superá-la em ne me quitte pas. Ninguém. Jamais. É a música mais miserável, mais deprimente de todos os tempos. Eu escutei ne me quitte pas todas as vezes em que alguém me deu um fora, e quando eu achava que ia levar um fora, mas principalmente quando a timidez era tamanha que eu nem conseguia me declarar pra poder levar o fora...
Não costumo ler biografias. Mas essa eu preciso ler. Cheguei a começar no sábado mesmo enquanto esperava Mary do lado de fora de uma loja. O cara que escreveu é bom, eu é que não tive mais tempo de ler. Provavelmente no próximo final de semana eu leia mais um pouco. Estou numa fase em que eu prefiro ficar em casa fazendo algo beeem light, como ler ou tricotar, do que sair por aí. Ok, eu gosto de sair pra dançar, adoro encontrar as pessoas que eu adoro por aí, adoro um cineminha pra relaxar (ou não, depende do filme), mas ultimamente tem dado uma preguiça escrota de pôr o pé fora de casa. Já saio muito durante a semana, então final de semana quero mais é ficar em casa à toa. Próximo sábado, caso não haja a bendita reposição de aula, quero ficar o dia inteirinho em casa fazendo o mínimo possível de movimentos. Quero ficar deitada com as pernas apoiadas em travesseiros simplesmente olhando pra o teto ou então pela janela. Quero me dar ao luxo de não fazer nada durante algumas horas. Nem posso imaginar ficar totalmente à toa o dia inteiro porque tô cheia de dever de casa. Isso que dá querer estudar e trabalhar...
Whatever.
Quero poder, desta vez, acompanhar a Maysa na vida dela, já que ela tem me acompanhado tanto na minha. Ultimamente não tenho ouvido mais a Maysa. Não tem clima, não estou deprê por causa de nenhum fora real ou imaginário... Nem sei como seria ouvir meu mundo caiu estando bem... Taí, posso fazer a experiência no sábado. Acho que nem vou chorar. Não posso afirmar nada, mas acho.
Eu me identifico com a Maysa porque na verdade gostaria de cantar como ela cantava. Além da voz maravilhosa, tem a interpretação! Ela simn foi uma grande intérprete! Ela cantava com todo o sentimento, especialmente as músicas do naipe de meu mundo caiu. No mesmo patamar que a Maysa, pra mim só tem a Elis. E, bem, infelizmente as duas tinham que morrer cedo (provavelmente se elas tivessem chegado aos 60 eu ainda acharia pouco tepo pra tanta voz...). É como aquela estória dos fósforos de como água para chocolate, sabe? Elas precisavam explodir. Elas não eram serenas como a Marisa Monte (que tem uma voz belíssima mas nunca conseguiu me emocionar...). Elas tinham que viver pouco tempo e muito intensamente e deixar obras-primas que nunca serão igualadas. O tempo das intérpretes passou. Agora é hora das boas letras e tals, mas com um afastamento, com as cantoras num lugar seguro, à salvo das grandes entregas, das emoções exacerbadas. Nada de chorar gravando músicas. Isso é coisa do passado. Por isso sou tão saudosista... afff...

pessoas queridas


Tirei esta foto no domingo.

Mary, Sol e Luiz.

A gente se conhece desde o segundo grau. Faz tempo, muuuuuuito tempo.
O mais legal, na minha opinião, é sermos bastante diferentes, cada um com suas loucuras, cada qual com seu jeito, e no entanto nos damos tão bem! Temos nossos conflitos, claro, se dar bem com alguém não é não ter conflitos, é saber gerenciá-los, eu diria. Enfim, nossas vidas tomaram rumos distintos desde a formatura em 1994, mas continuamos em contato, especialmente eu, Mary e Luis. Sol reapareceu nos últimos tempos. É porque nós três continuamos com estilos de vida parecidos, continuamos nos vendo frequentemente, saindo juntos e tals. Ela tomou um rumo bem diferente do nosso, mas o carinho permaneceu, então fica fácil retomar laços quando eles nunca foram rompidos, foram só, digamos, afrouxados...

domingo, 16 de setembro de 2007

água?

Acordei com os respingos no meu pé direito e pensei é água? de onde vem isso? Olhei pra o banco da frente e vi a mulher inclinada, gemendo. Água o cacete, era vômito. Não senti nojo. Nem tampouco pena da senhora. Só peguei minha mochila e fui sentar num banco mais atrás. De lá ainda a via vomitando, mas encostei a nuca na barra de ferro do assento e dormi. Acordei de novo na curva da entrada do Plano, perto da ponte do bragueto. Não consegui dormir mais, fiquei pensando nas tarefas domésticas ainda por fazer e nas acadêmicas também. Droga, esqueci meu caderninho. Droga. Não consigo memorizar coisas como lista de atividades.

- guardar as compras

- lavar o banheiro

- guardar a roupa limpa

- trocar toalhas

- resumir o texto de IA

- fazer o teste de Gerência

- fazer novo blog

Tá, acho que consigo lembrar de tudo se ficar repetindo até chegar em casa. Compras, banheiro, ah, mas lavar banheiro a essa hora? Que saco! Tá, o blog e... e... ah, quando eu chegar em casa eu tenho certeza de que me lembrarei de tudo. De tudo!

Meu pé direito... por que sempre anda sobrando pra ele? Primeiro a unha do dedão do pé que ficou toda horrorosa; depois eu vivo machucando esse pé, tenho até conseguido a façanha de prendê-lo na roleta dos benditos ônibus; e, outro fato anedótico, um poodle xarope (desculpem pela redundância) conseguiu me arranhar em pleno parque da cidade no dia do churrasco do Leandro... Que tipo de gente leva a porra de um poodle pra amarrar numa árvore em pleno domingo enquanto faz churrasco??? Como detesto animais cada dia mais e seus donos sem-noção mais ainda!

E agorinha quando chego em casa jurando que vou lavar meu pé, tomar um banho caprichado e, claro, lavar o bendito do banheiro, e descansar no recesso do meu lar, mal entro e ligo o som escuto a bendita da vizinha e mais uma galera fazendo festinha pra bendita da Areta, a cadela da vizinha. Porque eles falam tão alto e fazem vozinhas idiotas como se a porra da cadela fosse um deficiente mental que só compreende o que lhe dizem se for dito daquele jeito imbecil imitando voz de criança. Afff. É irritante demais estar em casa e ficar ouvindo esses malditos vizinhos e seus animais idiotas! Se bem que às vezes fico com pena dos animais que não têm lá muita escolha quanto aos donos que têm... é ridículo demais um bando de adultos, marmanjões ficarem mudando de voz pra falar com a porra dum cachorro que de qualquer jeito não entende porra nenhuma. E pior ainda é ver o choque no rosto das pessoas quando eu digo que não gosto de animais. Aqui no Plano esse povinho ficaria menos chocado em saber que seus filhinhos tacaram fogo num índio do que alguém não gostar de animaizinhos. Não gosto dos meus vizinhos, pra resumir.