quarta-feira, 26 de junho de 2013

Colega


Pois é, Colega, eu não caibo na sua agenda. Eu não caibo nos seus planos. Sou o excesso e a exceção. E tive que te dizer da maneira mais tosca "não quero mais te ver". Mas eu queria. Queria continuar a vê-lo, queria muito e por querer tanto, nesses termos, os seus termos, apenas seus, retiro-me de cena.
Quem me vem com essa conversinha mole de que está sem tempo é porque não quer dizer realmente do que se trata a recusa. Eu trabalho 60 horas semanais e tenho tempo. Só não tenho é paciência.
É fácil querer submeter as pessoas às nossas vontades. No entanto, se responsabilizar ninguém quer.
Eu prefiro é acabar logo com o que ainda nem começou porque, segundo informações suas, Colegas, você só quer ficar e quer ficar indefinidamente enquanto lhe convier. O que eu quero não importa, não interessa, ninguém perguntou.
Então, tudo bem, sentirei sua falta, vou chorar uns dois dias à noite em casa, na minha cama que é lugar quentinho, e depois pronto, passou, podemos até ser amigos numa boa e posso partir pro próximo cara sem tempo...
Pelo visto é mais fácil achar a agulha no palheiro do que um cara com tempo...
Detesto essas desculpas esfarrapadas que as pessoas insistem em contar. E por quê, pra quê? Prefiro logo que me digam a verdade e pronto, vai cada um pro seu lado duma vez! Em vez disso, o banho maria. Em vez da verdade, falta de respeito. Pura falta de consideração. Pensando bem, não vou ficar sua amiga coisíssima nenhuma porque você não merece, Colega. Vou dar minha amizade pra quem é bacana comigo. Pra quem me tem consideração. E fodam-se todos os caras ocupados do mundo!!! Eu tenho tempo pra gastar com quem eu gosto e pronto, nem você nem os anteriores e nem os próximos vão abalar minha fé no Homem Com Tempo, pelo menos não abalarão minha fé mais que uns dois dias e tenho dito!

Agora, com licença porque vou ali chorar um pouco...

24/06/13


 
De tempos em tempos eu caminho sem óculos. Preciso não ver o que me cerca de forma tão fidedigna, preciso estar fora de foco, solta num mundo de borrões, sem rotos, sem olhares. Prefiro as paisagens, pinturas impressionistas ao alcance das minhas mãos. Não toco em nada, não é preciso. Basta não ver.

Gosto da sensação de fluidez, de imprecisão, de fronteiras mescladas. De tempos em tempos me permito não ver o mundo. Aliás, o mundo não, as pessoas no mundo. As pessoas é que me incomodam e eu nem sei porquê. Sou uma pessoa e devo trazer grande incômodo pra muita gente ao meu redor também. Tomara que os incomodados possam tirar os óculos e passar desapercebidos por mim nas ruas de tempos em tempos.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

erva daninha

tão cansada que não consigo dormir...

logo o dia chega metendo o pé na porta, arrombando a mansidão do soninho que acabou de pousar...
a vida como a gente plantou foi crescendo e tomando conta de tudo quanto era sonho. vida erva daninha. 
vida erva daninha.