sexta-feira, 30 de novembro de 2007

carta pra Sol

Ok!

cada uma no seu ritmo, né? :>


você havia perguntado de Rio das Ostras e eu esqueci de dizer, mas o lance é que, se formos mesmo pra Recife, não sei se terei grana pra ir pra lá, pq mesmo sem a parte da estadia, ainda tem as passagens e tem q ter grana pra gastar... :/ se fosse o carnaval no Rio, já era até caminho, mas pra Recife... bem, como só vc respondeu ao e-mail, não sei nem se vai rolar viagem alguma pq, enfim, sozinha aí q eu não vou mesmo p lugar nenhum. acho q terei q esperar até o carnaval pra saber o q vai rolar. na pior das hipóteses, passarei o carnaval em casa assitindo seriados q fico baixando na net ou costurando ou lendo, enfim, algo pra lá de caseiro e q eu realmente não gostaria q acontecesse pq terei janeiro inteiro pra isso :<
mas não se preocupe q eu acabo me dando por vencida e a angústia eventualmente vai embora... fazer o q, né? acho melhor eu ir baixando mais coisas pra estocar :> affff...
quanto à sua fase de ficar em casa e ser mais natural, parece algo bom, ainda mais porque vc sempre diz q quer ter o terceiro. parece coerente.
quanto à mim, sinto vontade de ficar em casa recorrentemente, mas comigo acontece em determinados momentos, é mais uma coisa cíclica mesmo, eu quero me isolar e não ver ninguém, ficar em casa sozinha, não sair pra nenhuma festa nem pra o cinema. simplesmente estar comigo mesma, fazendo minhas coisas, ou então à toa, deitada olhando pra o teto vendo o tempo passar. agora então, final de ano letivo na escola e na UnB, tô cansada, queria simplesmente ficar em casa e não ter horário pra sair e pra chegar. queria ficar sozinha em casa ou poder ir a qualquer lugar, mas não ter nenhuma responsabilidade. tô de saco cheio desse semestre já, já deu. mas o pior é q ainda tenho q suportar o trabalho até pelo menos dia 14. e tenho trabalhos pra entregar e provas a fazer até dia 17... aí eu me forço a permanecer em contato com as pessoas e com o restante da "realidade". puuutz, viajei tanto agora q acho q até postarei isso daqui no meu blog. :>
deixe-me ir pq já q não posso vencê-los, juntarei-me a eles... eles = o mundo que insiste em não parar quando eu quero.


beijocas,
Vevs

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

auto-retrato

Pelo vidro empoeirado do ônibus A Cidade corre.

Corre dos olhos da gente.

Escapole. Mas eu sempre me fixo nessa paisagem movediça quando dou a sorte de sentar à janela dum ônibus. Este estava vazio de passageiros. Só o motorista, a cobradora e eu. E eu via a noite correndo junto da Cidade.

E vi algo mais: eu mesma refletida no espelho da Cidade. Eu era um fantasma. Eu parecia um fantasma, mas isso não me assustou. Foi só uma constatação, nada chocante.

Minha palidez, minhas olheiras, minha blusa preta de frio com capuz.

E meus olhos vidrados na noite correndo com a Cidade não refletiam nada.

Olhei bem pros meus olhos e só vi o contorno, por dentro estavam da cor do asfalto que reluzia molhado.

Ficou até bonito.

Pensei naquela imagem: meu reflexo num vidro sujo de ônibus, translúcido, como uma fotografia sobre outra fotografia.

Deu vontade de pintar, fazer um auto-retrato.

Ficaria mórbido.

Mas eu gostaria: uma pintura de uma foto sobre outra foto.

Gostei da idéia porque, na minha cabeça, era uma pintura barroca, no melhor estilo do Caravaggio.

O problema é que, como em outras tantas coisas, a minha imaginação sempre supera a realidade com folga... meus trabalhos artísticos são sempre muito melhores na minha cabeça...

whatever...

Desci do ônibus já vendo outros auto-retratos do meu eu-fantasma atravessando e sendo atravessada pela Cidade.

Talvez eu faça isso um dia, talvez eu pinte.

Talvez eu vire uma artista plástica quando nada mais me restar a fazer.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

fácil

Fácil: compra do novo cartão que substituiu os passes estudantis: quatro filas e uma hora e onze minutos...







Tinha cadeiras sim, mas com o meu número de senha dei sorte de ter sobrado um pedacinho de chão pra eu esperar sentada na última das filas... afff... imagina se fosse Difícil!!!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

coisas bizarras

Coisa mais bizarra do meu dia de ontem: um cara sentou do meu lado no 110 e começou a me perguntar sobre onde eu tinha furado meu piercing no nariz. O fato d’eu estar com fones de ouvido não o incentivou a me deixar em paz... E, desde o momento em que ele entrou no ônibus na rodoviária até quando ele desceu no Minas Brasília Tênis Clube, ele veio me contando a estória de sua vida. No final das contas ele não era tão mal não, só que falava demais e estava cheirando a maconha além de ter os olhos vermelhos de pálpebras pesadíssimas depondo contra ele. Conversar com emaconhados e/ou embriagados só é viável quando você está igualmente embriagadoe/ou emaconhado e como eu não estava em nenhuma das categorias, resignei-me a ouvir e soltar uns “haham’s” e “sei, sei’s” quando ele parava de falar pra respirar. E ele desceu tão distraidamente que esqueceu o boné. Quando eu vi o boné no chão, o ônibus já estava longe. Nunca vou entender porque eu resolvi fazer essa caridade de deixar alguém conversar comigo como se eu fosse uma psicóloga ou confessora... :/ Acho que foi vergonha de dar uma cortada fulminante no cara com aquele ônibus lotado e as pessoas ficarem me olhando... detesto quando as pessoas me olham!

...

Coisa mais engraçada na festa em que fomos ontem, a Djumba Brasil - África: um velhotinho abordou à mim e à Sol de uma vez só pra nos informar que havia três rapazes querendo conhecer três moças. Nós fomos educadas e dissemos não, obrigada. Ele fez que ia embora mas voltou e completou: um deles é meu filho. Eu fiquei com pena do filho que depende do pai pra arranjar mulher... que deprê! Aí virei e fui ao banheiro com a Teí porque essa foi ofensiva! Afff...

No mais, a festa teve seus altos e baixos mas, entre mortos e feridos, a relação custo benefício valeu. Teria sido melhor se tivesse sido de graça ou se o som tivesse sido dançante o tempo inteiro, sendo que eu preferiria a última alternativa.

Bem, pelo menos pudemos admirar a lindeza e o talento do Mak, que esteve no palco a maior parte do tempo, atrás das pickups ou como MC. Muito melhor como dj... Não tenho paciência pra essa coisa de MC. Rap não é o meu forte, anyway...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

lá se foi o Poder...

A limpeza do ralo do banheiro me deu a sensação de que eu poderia fazer qualquer coisa. Era uma sensação ótima, associei logo ao empowerment que já tanto li nos textos de feministas mas que, até então estava no plano das idéias porque eu sei o que alcancei, mas nunca me senti uma mulher no poder, no comando. Nunca antes do ralo.

Fiquei também com aquele trecho da música “amor I love you”, aquela dos tribalistas em que o Arnaldo Antunes recita um trecho da obra do Eça de Queiroz: “... e seu orgulho dilatava-se como um corpo ressequido que se estira num banho tépido. Sentia um acréscimo de estima por si mesma e parecia-lhe que entrava, enfim, numa existência superiormente interessante”. (Ah, como escrevi isso daí de memória, é bem provável que coisas estejam fora do lugar e que outras palavras façam parte da versão original... :/ mas o que importa é a essência!) Enfim, eu estava me achando detentora da chave de todas as portas até que...

Até que ela apareceu por aqui, invadiu meu quarto, me deixando em frangalhos! Lá se foi todo o meu poder e, preenchendo a lacuna, gritinhos de mulherzinha aterrorizada... Tanto pânico por causa de uma maldita barata! Felizmente sempre tenho inseticida em casa em lugar acessível.

Obviamente eu não poderia terminar com o infortúnio (meu, claro!) rapidamente. Não! Tinha que demorar, ter suspense! a barata tinha que se esconder atrás do guarda-roupa. Bem, depois de gastar meia lata de inseticida e dos meus pulmões e garganta (eu juro que tento ao máximo das minhas forças, mas os gritinhos são mais fortes que eu...), ela rendeu-se e foi se esgueirando até o banheiro já totalmente fora de si e eu pude desferir os golpes fatais: tasquei álcool na bichona e ela morreu rapidamente. Lembrei que uma colega de trabalho, acho que foi a Cláudia, me deu a dica do álcool. Ela havia dito um dia que o álcool resseca a barata e nós rimos enquanto eu pedia aos deuses pra não ter que experimentar esta solução que exigia tanta proximidade com estas criaturas odiosas. Agora agradeço aos deuses por não ter aderido ao álcool em gel!

Depois que a nojentona parou de espernear, pra ter certeza do óbito, borrifei X14 nela. Nem se mexeu, estava morta. Tão morta quando minha deliciosa sensação de Poder... :/

Voltei ao rol das mortais e admito que preciso de alguém por perto pra me proteger do infortúnio das baratas. Meu querido amigo Val, que comentou num outro post sobre a vantagem dos pés quentinhos, eu prefiro as meias, e não me acostumo a dormir abraçada por mais que eu me esforce, mas juro pra você que eu teria dormido grudada no Gustavo feito uma sanguessuga se ele estivesse aqui e tivesse me salvado de tanta adrenalina! Que merda, né? Depois de tantas lutas e conquistas eu ainda sofro da síndrome de Branca de Neve ou qualquer personagem de contos de fadas que tem que ficar esperando ser salva... Ai como eu odeio as baratas! Pior foi ter passado o resto da noite conjeturando sobre uma possível invasão de baratas. Elas sentem o cheiro do medo, no meu caso, do pavor. Nem dormi direito por causa dessa conspiração de baratas. E hoje, com certeza, terei que ir ao supermercado comprar mais inseticida...

Detalhe: qual a peça que estou ensaiando com meus aluninhos? “O Casamento de Dona Baratinha”... affff... Mas na peça é tudo lindinho e fofinho e engraçadinho, como os bichinhos de pelúcia. Mas barata nem como bicho de pelúcia! Alguém já viu bicho de pelúcia de barata? Ou de muriçoca? Os únicos insetos razoáveis pra esses fins pelucísticos são as joaninhas e as borboletas.