domingo, 4 de outubro de 2009

resposta pro Pecador Superficial

as brisas quentes são as que me endoidecem. põem meu sangue a ferver como se tivessem jogado pimenta braba no meu sistema…
e, passando o dia inteiro trancada no trabalho, sem ar condicionado ou ventilador pra apaziguar a situação, sinto-me como um animal enjaulado que rosna pros visitantes do outro lado das grades.
essas tardes calorentas são o fim do meu verniz… arre…

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

numa noite quente como esta...

Qualquer noite dessas viro lobisomem. Eu vinha andando e aquele calor dentro e fora do corpo me bulindo toda, fora o guaraná em pó e seu efeito em dois níveis interdependentes me revirando os pensamentos como se fossem os vagões de um trem descarrilando e me fazendo perceber mudanças no meu corpo, uma decadência rápida do vigor físico proporcionalmente inversa à velocidade das idéias. Bateu aquela vontade lascada de bagunçar meus cabelos, largar todo o material e sair correndo noite a dentro. Qualquer noite dessas viro lobisomem, pensei enquanto olhava a lua perfeita cintilando no céu, tão longe e tão perto. Sei lá porque eu sinto como se a lua fosse este tambor ribombando dentro do meu peito em noites como esta. Só sei que lembrei de um trecho dum conto da Anais Nin em que ela diz que essas lendas de criaturas mágicas como os lobisomens devem ter sido feitas por homens que viram mulheres mudar completamente no sexo, mudar o comportamento, o olhar e até a voz, como se elas fossem outra pessoa, um animal... Achei lindo isso na hora em que li e achei lindo pensar que eu poderia me pôr a correr como um outro animal pelas entrequadras da asa sul, no ritmo da lua.