sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Maysa

Sábado, Mary me convenceu a sair de casa de tarde pra ir à livraria comprar o presente de uma amiga aniversariante. Não encontramos o livro que ela queria em nenhuma. Impressionante. Era um do Gabriel Garcia Marquez que não consigo lembrar o nome nem com reza braba, mas, enfim, o que aconteceu é que quando estávamos saindo de uma das livrarias, vi o livro que eu nem sabia que havia sido publicado, mas que eu tinha que ter, um livro sobre uma das minhas divas, a Maysa. Ahhh, a Maysa... Ela tem me acompanhado desde minha primeira dor-de-cotovelo até a última.
Ninguém jamais poderá superá-la em ne me quitte pas. Ninguém. Jamais. É a música mais miserável, mais deprimente de todos os tempos. Eu escutei ne me quitte pas todas as vezes em que alguém me deu um fora, e quando eu achava que ia levar um fora, mas principalmente quando a timidez era tamanha que eu nem conseguia me declarar pra poder levar o fora...
Não costumo ler biografias. Mas essa eu preciso ler. Cheguei a começar no sábado mesmo enquanto esperava Mary do lado de fora de uma loja. O cara que escreveu é bom, eu é que não tive mais tempo de ler. Provavelmente no próximo final de semana eu leia mais um pouco. Estou numa fase em que eu prefiro ficar em casa fazendo algo beeem light, como ler ou tricotar, do que sair por aí. Ok, eu gosto de sair pra dançar, adoro encontrar as pessoas que eu adoro por aí, adoro um cineminha pra relaxar (ou não, depende do filme), mas ultimamente tem dado uma preguiça escrota de pôr o pé fora de casa. Já saio muito durante a semana, então final de semana quero mais é ficar em casa à toa. Próximo sábado, caso não haja a bendita reposição de aula, quero ficar o dia inteirinho em casa fazendo o mínimo possível de movimentos. Quero ficar deitada com as pernas apoiadas em travesseiros simplesmente olhando pra o teto ou então pela janela. Quero me dar ao luxo de não fazer nada durante algumas horas. Nem posso imaginar ficar totalmente à toa o dia inteiro porque tô cheia de dever de casa. Isso que dá querer estudar e trabalhar...
Whatever.
Quero poder, desta vez, acompanhar a Maysa na vida dela, já que ela tem me acompanhado tanto na minha. Ultimamente não tenho ouvido mais a Maysa. Não tem clima, não estou deprê por causa de nenhum fora real ou imaginário... Nem sei como seria ouvir meu mundo caiu estando bem... Taí, posso fazer a experiência no sábado. Acho que nem vou chorar. Não posso afirmar nada, mas acho.
Eu me identifico com a Maysa porque na verdade gostaria de cantar como ela cantava. Além da voz maravilhosa, tem a interpretação! Ela simn foi uma grande intérprete! Ela cantava com todo o sentimento, especialmente as músicas do naipe de meu mundo caiu. No mesmo patamar que a Maysa, pra mim só tem a Elis. E, bem, infelizmente as duas tinham que morrer cedo (provavelmente se elas tivessem chegado aos 60 eu ainda acharia pouco tepo pra tanta voz...). É como aquela estória dos fósforos de como água para chocolate, sabe? Elas precisavam explodir. Elas não eram serenas como a Marisa Monte (que tem uma voz belíssima mas nunca conseguiu me emocionar...). Elas tinham que viver pouco tempo e muito intensamente e deixar obras-primas que nunca serão igualadas. O tempo das intérpretes passou. Agora é hora das boas letras e tals, mas com um afastamento, com as cantoras num lugar seguro, à salvo das grandes entregas, das emoções exacerbadas. Nada de chorar gravando músicas. Isso é coisa do passado. Por isso sou tão saudosista... afff...