quarta-feira, 24 de outubro de 2007

007

Sonhei de novo que assaltava um banco. De novo? Bem, não lembro se já sonhei com isso, acho sim. Já sonhei em roubar coisas de lojas e supermercados várias vezes, banco eu não lembro. O de ontem era um assalto à carro forte, na verdade. Deve ter sido só porque eu vi Heroes e o Peter Petrelli ajudava num assalto a um carro forte. O meu sonho começava com o carro forte e terminava dentro da agência, mas sem violência e reféns. Será que todo mundo sonha acordado em roubar bancos? Eu sonho. Queria uma forma de ser ressarcida, na verdade, por tudo o que eles roubam de mim em forma de tarifas. Odeio bancos. Todos eles. Se eu pudesse, contribuiria pra alguma organização estilo Clube da Luta, pra sabotar essas instituições demoníacas e implodi-las em todos os sentidos. Se bem que implodir algo literalmente deve ser muito mais bacana de assistir :>

Lembrei agora de um cobrador do grnade circular que eu vi na sexta-feira passada. Se fosse um filme do James Bond, ele seria o bandido sem sombra de dúvidas. Por quê? Porque ele tinha um olho branco. E eu só percebi isso bem depois de ter passado a roleta, quando estava sentada no meu lugar lá atrás. Era um rapaz simpático, e a pele escura contrastava com aquele olho branco de longe. O foda é que eu nunca reparo muito nas pessoas ao meu redor, não gosto de encarar pessoas, se pudesse, nem olharia pra ninguém mesmo. E ele tinha um semblante tão ameno que me deu uma raiva danada – de novo – dos filmes do 007 porque eles sempre colocam um cara com algum defeito pra ser o vilão, como o carinha do último que vi que tinha o olho branco. Dias depois, acho que na segunda, vi um cara sem sombrancelha no grande circular. É difícil ver pessoas sem sombracelha. Eu, particularmente, acho que só Marilyn Mason fica bem sem sombrancelhas, mas, enfim. Era um cara de meia idade. Minha sobrinha às vezes raspa a sombrancelha dela. Eu só lembro do filme do Pink Floyd, o The Wall, quando o cara raspa as dele. É o tipo da ação que só me remete à descontrole, como raspar os próprios cabelos, vontade que me bate freqüentemente, mas nunca tive suficiente coragem pra executar. Vai ser outra coisa que só faço em sonhos, como o assalto à banco.

Ah, segunda me bateu aquela conhecida melancolia que sempre dá quando os meus vizinhos frenéticos e fogosos transam. Era cedo dessa vez. Eu me senti invejosa como sempre e fiquei prestando atenção nos gemidos. Só se ouve a mulher. Quer dizer, uma mulher. Não sei direito com quem ela transa, só se ouve uma voz masculina ou antes ou depois e normalmente é alta e grave. A dela, em conversas, só escuto de vez em quando. Pelo menos eu não estava tentando dormir enquanto eles se divertiam porque isso sim é que me deixa sorumbática e macambúzia.

Na terça foi a vez de um bando de gatos. Putz, até os gatos de rua cruzam em frente à minha casa! Só aqui nada acontece! Ai que ódio! Nossa, e que barulho dos infernos eles fazem! Que nojo! Eu abri a janela já pronta a jogar um balde de água neles pra afastá-los, mas fiquei com pena. Só que alguém no prédio menos piedoso que eu fez alguma coisa que os fez fugir rapidamente. Acho que nunca havia ouvido gatos cruzando assim tão perto. E espero não ouvir novamente porque eu não gosto deles e nem quero saber de sua vida sexual.