quarta-feira, 5 de agosto de 2009

nada de novo

Engraçado como a minha vida continua a mesma e, no entanto, eu sou outra pessoa. Bem, eu me sinto outra pessoa. Eu estive lendo umas coisas que escrevi em 2005 e eu sentia as coisas de uma forma bem diferente de agora, muito mais intensa, profunda e fundamentalmente melancólica. Eu vivia entristecida, amargurada pelas decepções, com medo deste futuro que, naquele momento, parecia tenebroso...
Hoje em dia eu ando mais contente do que triste. Continuo tendo dívidas, sem namorado, minha família ainda vive aprontando das suas presepadas, ainda sou professora, estou basicamente no mesmo círculo de amizade...
Esta é uma coisa boa a respeito de se escrever: poder lembrar onde estávamos e onde chegamos, o que mudou, o que permaneceu. As fotografias de 2005 só mostram que eu envelheci de lá pra cá. As coisas que eu escrevi, mostram que eu amadureci. Envelhecer é inevitável, mesmo com botox, lipo, silicone, colágeno, viagra, etc. Amadurecer é uma escolha. Eu ainda uso pijamas de bichinhos quando tá frio, adoro adesivinhos da hellokitty e essas coisinhas que minhas sobrinhas menores de 9 anos também adoram, mas isso também é opção. Quem dá a palavra final nas escolhas delas são suas mães e pais. Na minha vida mando eu. Eu pago o preço de tudo, daquilo que compro, daquilo que acredito, daquilo que tenho que engolir pra ter um trabalho que me permita escolher morar só, deixar a louça acumulando na pia até baixar a pomba-faxineira e eu lavar tudo de luvinhas amarelas e aventalzinho branco.
Bem, infelizmente acredito que a bendita maturidade pra mim não teve a ver com ficar mais esperta. Esperteza não é o meu forte, nunca fui, nunca soube dar "jeitinho" em nada. Ainda não aprendi a ir pelos atalhos. Continuo, pelo menos, não acreditando em estradinha de tijolos dourados...
Ando mesmo é mais cética, mais crua, mais "só acredito vendo" e, assim, tenho conseguido evitar a fadiga e o desespero. O tal do perdão tá mais fácil de ser concedido agora, especialmente pra mim mesma e pras minhas falhas porque, afinal de contas, sem elas eu não seria humana.
A calma talvez seja fruto dos remedinhos homeopáticos em doses alopáticas, vai saber. A mim não me importa saber de onde vem isso, eu quero é aproveitar essa calmaria. Nunca foi tão fácil essa vida. Às vezes dá até medo e eu prefiro ficar em casa de tão calmo que está tudo por aqui.

A vida mudou pra melhor sem ter mudado em nada. Ótimo, não?

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que a vida mudou para a mulher. Ou para a pomba-faxineira, deve ser ela que dá o "jeitinho" nas coisas. :)

Breno Prieto disse...

Acho que a vida mudou para a mulher; ou para a Pomba-faxineira, ela é que dá "jeitinho" nas coisas. :)