sábado, 23 de novembro de 2013

12 coisas de facebook

1. Sempre me senti indesejada e solitária na casa dos meus pais, desde que consigo me lembrar. Embora tenha tido alguns bons momentos na infância, bloqueei quase tudo. E, talvez por isso, muitas vezes eu não me sinto sossegada em canto nenhum, nem no meu próprio corpo, por isso eu gosto de ficar só. E gosto tanto de dormir pra sonhar.

2. Minha adolescência foi pavorosa e, se não fossem minhas amigas e amigos, teria morrido de tristeza. Eu não sabia o que fazer com nada do que sentia, nem com a raiva, nem com o amor, nem com a tristeza, então comecei a escrever. Eu escrevo sobre tudo o que me incomoda e me alegra, me assusta, me dá prazer. Para mim, escrever é terapêutico, é necessário mais que qualquer outra forma de expressão, até mais do que dançar.

3. Sempre dancei mal e por isso eu gosto de festa escura e com música pra dançar só. Eu danço pra música. Fecho meus olhos míopes pro mundo de olhares julgadores e danço. É minha forma de dizer "foda-se tudo o que me incomoda". Sinto falta de dançar toda semana. Sinto falta de festas em que eu possa dançar a noite todinha e ir embora de manhã, o sol nascendo... Gostava tanto de ver o dia amanhecer depois de uma festa boa.

4. Atualmente, Masturbação é fundamental pra mim. Não consigo ver a relação direta entre amor e sexo e acredito piamente que um exista sem o outro. O ideal é juntar os dois? Vai saber! Quem é que consegue ter qualquer coisa que seja ideal fora do mundo das ideias? Só sei é que eu não vou dizer como as pessoas devem viver e não espero que ninguém venha querer me doutrinar. Aliás, detesto quando tentam me catequisar. Viva o direito ao livre exercício da sexualidade!!! 

5. Eu cultivo toda a minha esquisitice com muito amor. Isso é, provavelmente, a coisa que faço por mim com maior afinco porque é uma forma de manter longe gente xarope. Não gosto que me encarem, não acredito que seja um problema que eu precise corrigir: acredito piamente que ninguém deveria se preocupar em sair de casa e dar de cara com olhos inquisitivos e dedos em riste e palavras hostis. Isso me incomoda muito, mas não deixarei de ser quem me agrada apenas para que pessoas escrotas sintam-se no direito de perturbar quem desvia do padrão boboca.

6. Tenho preconceitos com os quais venho lutando desde que comecei a perceber que eram preconceitos os comportamentos naturalizados que aprendi em família, na escola... Sinto-me mal se ofendo alguém sem querer. Quando ofendo por querer, não sinto nada, mas aí não é preconceito, é revanche. Eu me policio para não falar ou agir de forma preconceituosa e isso requer uma energia danada, mas vale a pena. Só quem é vítima de preconceitos sabe o quanto isso é desnecessariamente cruel e é uma luta diária sobreviver a esses ataques.

7. Já me chamaram de fria e sem sentimentos mais de uma vez, já me chamaram de louca e exagerada algumas vezes e eles tinham razão. Sinto demais ou não sinto nada. Com a mesma facilidade que me apaixono, desapaixono, às vezes - literalmente - do dia pra noite. Não acredito em relacionamentos amorosos que durem pra sempre assim como não acredito em fadas, elfos, no curupira, na mula sem cabeça, em deus, etc etc etc, mas você pode ficar à vontade para acreditar em qualquer coisa que te faça feliz seja do reino animal, mineral, vegetal ou sobrenatural, ou mesmo para depositar todas as suas fichas num relacionamento, só não espere que eu faça o mesmo. Vivo nesses altos e baixos dos sentimentos e sou viciada em paixões, infelizmente só me apaixono por homens criativos, que escrevem, desenham, sei lá, os que conversam comigo e me dão vontade de ouvir por horas o que eles têm a dizer sobre suas paixões ligadas à Literatura ou às Artes Plásticas, Música, Cinema... Isso tem me deixado um tanto quanto apreensiva porque tenho me apaixonado com cada vez menos frequência já que tenho conhecido cada vez menos pessoas apaixonantes.   

8. Meu sonho: nunca mais ninguém me dizer que não tenho vontade de parir porque "ainda não encontrei o homem certo", "quando eu amar, vou querer dar um filho a ele", "uma mulher só é completa quando tem filho" e, como se essas asneiras não fossem suficientes, agora começaram com "quem não gosta de bicho e de criança não é confiável, não tem bom caráter". Eu não gosto de bicho nenhum porque como alguns e vou comer até deixar de me interessar por isso. Não gosto de adultos de modo geral, por quê, diabos, eu deveria gostar de qualquer criança?! Eu, hein! Sim, eu gosto de analisar tudo, especialmente esses comportamentos tidos como naturais e que tantas pessoas adoram pensar que todo mundo TEM QUE ser assim. Se eu fizesse o que a maior parte das pessoas fazem, seria outra pessoa, não esta Verônica aqui. Não, não quero nenhum bichinho de estimação porque não quero possuir nenhuma vida e, pelo mesmo motivo, não quero ter filh@. Quem quiser que tenha, ouxi!

9. Eu amo meu nome.

10. Eu amo poucas pessoas, algumas pessoas da minha família e algumas amigas e amigos. O restante eu gosto muito, admiro, respeito, mas para estas outras eu não me imagino fazendo coisas como cuidando em caso de doença. Sei que amei alguns homens por algum tempo (se, pra você, amor não acaba nunca, que bom pra você, volte ao item 7 e permaneça nele até a próxima rodada!). Todos foram importantes na minha vida. Todos, de alguma maneira, me encantaram de tal forma que deixaram marcas positivas em mim e quando eu disse que os amava, era o que eu sentia no momento em que disse. Aprendi muito com eles, inclusive com os que não me amaram. Mas aprendi mais com o primeiro que me amou, com quem perdi a virgindade e - muito mais importante! - perdi o medo de ser feliz mais frequentemente.

11.  Tenho memória curtíssima e não enxergo bem, apesar de ter feito cirurgia pra corrigir a miopia. Imagino que é porque eu passei tanto tempo não vendo direito que é mais confortável continuar assim. A memória eu não sei explicar, só mas é uma desvantagem e tanto na maior parte do tempo. Sinto que está piorando com o tempo e tenho medo de ser uma desmemoriada em breve. tenho medo de Alzheimer. Acredito que a Loucura é uma prisão terrível para quem está fora dela e não quero ser um fardo pra ninguém.

12.  Tenho medo da morte. Tenho horror à morte!!! Penso nela constantemente, e, de uns anos pra cá, com bem menos entusiasmo. Aliás, quanto mais eu gosto da minha vida de hoje em dia, mais eu tenho horror à morte e mais eu fico sem chão quando preciso lidar com ela. Queria que as pessoas vivessem mais de cem anos pra garantir que nunca mais eu teria que lidar com uma perda. E, quando chegar minha vez, quero ser cremada e ter as minhas cinzas espalhadas em qualquer lugar bonito onde ninguém vá acender velas ou chorar por mim. Tenho horror em pensar que vai sobrar qualquer coisa material do meu corpo neste mundo. Horror!!!