domingo, 24 de outubro de 2010

palavras, as suas sementes

As palavras dele me entram pelos olhos e reverberam na boceta.
E eu sonho acordada com olhos me devorando, lindos olhos castanhos, escuros como o Desejo, olhos embrulhados pra presente em cílios longos e negros.
Uma boca me surrurrou um segredo ao ouvido. Lançou as sementes ao pé do meu ouvido.
Durmo sonhando com um Homem. Fantasio sobre seu corpo de homem porque não são cérebros e nem o intelecto que se tocam, são os corpos. O intelecto é o queijo na ratoeira atraindo essa ratinha pra danação. As palavras dele são o cogumelo atômico me varrendo pra fora do meu próprio mapa. Vão me levar de oferenda pro Deus do Vulcão e, desde já, queimo pensando em pernas entrelaçadas, suor bocas pau mamilos boceta.

Isso!, aumenta meu Desejo com o teu intelecto, no entanto, conheça-me com teu corpo, Homem, pois sou mulher e nasci pra ser acariciada pela tua língua quente prenhe de palavras. Sussura o que quiseres ao meu ouvido, faz tuas mãos grandes passearem pelo meu corpo escrevendo as verdades do teu corpo em minha pele. Tatua meu ventre com tuas sementes. Imprima no meu Desejo o teu nome, Homem, pois sou mulher e fui feita pro encontro dos nossos Desejos.

Venha!, me ensina, me redima. É a tua carne na minha que me há de salvar! Fala comigo a língua dos amantes com tua boca olhos mãos pau. A minha boca quer te ouvir.
Homem, que teu intelecto acaricie o meu, como as tuas mãos aos meus peitos. Que teu pau me arrebate como as tuas palavras.

Isso!, encha meus dias de palavras, inunde meu corpo de saliva e palavras.