quarta-feira, 26 de junho de 2013

24/06/13


 
De tempos em tempos eu caminho sem óculos. Preciso não ver o que me cerca de forma tão fidedigna, preciso estar fora de foco, solta num mundo de borrões, sem rotos, sem olhares. Prefiro as paisagens, pinturas impressionistas ao alcance das minhas mãos. Não toco em nada, não é preciso. Basta não ver.

Gosto da sensação de fluidez, de imprecisão, de fronteiras mescladas. De tempos em tempos me permito não ver o mundo. Aliás, o mundo não, as pessoas no mundo. As pessoas é que me incomodam e eu nem sei porquê. Sou uma pessoa e devo trazer grande incômodo pra muita gente ao meu redor também. Tomara que os incomodados possam tirar os óculos e passar desapercebidos por mim nas ruas de tempos em tempos.