sexta-feira, 13 de julho de 2012

achado e perdido

tenho tido a sensação de que só consigo amar hoje o que eu já amava antes, amigos e algumas gentes da família. no mais, posso até gostar, gostar muito, mas acho que minha cota de amor já foi gasta e não há mal nenhum nisso. essa história de amor romântico que dura para sempre, no meu mundo só existe em contos de fada e tudo bem que seja assim. sem ressentimentos.


mas ver a beleza além da mera aparência, ou, ainda mais importante, na aparência mais bizarra, obscura, obscena, isso é ter um tipo de olhar tão delicado que pouca gente tem. eu acho que você tem e poderia colocá-lo em favor da Arte. eu tento, mas às vezes parece que tenho um olho bom e um ruim, beeem ruim, grudado nas convenções, lapidado pelo senso comum de tal forma que impede o outro, o bom, de ser livre. viver entre dois mundos, ter compaixão no olhar, observar e ver além... difícil. também não sei o que faria se tivesse o olhar livre, porque junto com os olhos tem de vir todo o resto, todas as crenças, o corpo todo e a alma, principalmente a alma, e isso eu nem sei se tenho. se tinha, perdi junto com alguma sombrinha ou blusa de frio... :/