domingo, 15 de setembro de 2013

protect me from what I want

meu desejo me assusta mais...

virada a hora mais densa, que há ainda por vir, se tudo o que se sonha já existe,
já existe e nos ancora
pro fundo e mais fundo e mais fundo...

meu desejo me aprisiona naquilo que creio ser eu.
eu desejo logo existo.
pensasse mais e desejasse menos... que Verônica eu seria? qualquer uma menos esta.
e se me deixo afundar pelo desejo, morro nele pra renascer noutro com igual velocidade, porque
é necessário morrer e viver.

sou uma criatura que deseja. eu sou. eu sinto. eu amo pouco e minto muito. muito não, o bastante
para mim e para você que hesita, que cala, que sorri cordialmente,
pra você que se preserva.
boa sorte com isso, baby!


protect me from what I want, Jenny Holzer

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

poesia muda

Agora entendo porque você fala pouco e bebe muito no mundo das minhas medidas porque eu meço tudo.
E quando você fala, é como se construísse um poema verso a verso, mas noutro tempo, noutra língua.
Escuto o que você diz e leio o que você escreve mas não compreendo nada.
As palavras, para mim, tornam-se inúteis então.
Melhor calar, você é quem tem razão.

Poesia muda, poesia cega, disse um artista. Não tenho olhos de ver e nem ouvidos de ouvir...

sábado, 7 de setembro de 2013

Queria conhecê-lo...

_ Vocês se conhecem?
_ Sim, ele é amigo de um amigo. Mas eu queria era conhecê-lo no sentido bíblico.

domingo, 1 de setembro de 2013

Despedida

ele disse que vai embora.
ele veio e foi embora.
disse que voltaria.
eu não espero que volte.
nunca esperei nada dele.
aprendi muito, sou grata.
ele nunca me fez sofrer e me ensinou a não esperar nada.
infelizmente, não há mestre neste mundo que consiga a ensinar a não sentir saudade...
felizmente o pouco tempo que passamos juntos deixou saudade e eu a sinto e guardo como se tivesse nas mãos um passarinho caído do ninho. um dia a saudade voa, bate asas e some no azul. um dia.

então, amado, um brinde à você!
um brinde ao seu recomeço!
um brinde a cada gota de suor que meu corpo bebeu do seu!
um brinde ao carpe diem selado a beijos entre você e eu que estivemos juntos enquanto pudemos e enquanto quisemos!
brindo a você, amado!
brindo à sua partida como brindei à sua chegada!

que nenhuma lágrima se derrame onde tanto gozo foi plantado.