segunda-feira, 25 de agosto de 2008

perfeição



















eu sabia que deveria haver alguma razão pra eu acordar cedo...

sábado, 23 de agosto de 2008

constrangimento

sabe uma coisa que é bem chata e frequentemente me acontece? o que acabou de me acontecer: alguém liga perguntando se eu vou pra festa x e eu digo que nem tô sabendo. não recebi e-mail. não, também não me telefonaram. {mas os caras não são seus amigos? pois é, também achei que fossem. }
- você quer que te passe o e-mail?
- não, não precisa.
pelo menos as pessoas podiam mandar os e-mails avisando das coisas pra pessoa do outro lado da linha não ficar constrangida pelo fato d'eu não ter sido convidada e ter ficado sabendo do evento por outros que não os amigos-organizadores...

engraçado como eu sempre me considero mais amiga dos outros do que os outros de mim. deve ser por isso que venho tendo cada vez menos vontade de sair. às vezes não reconheço ninguém. não faço idéia de quem são aquelas pessoas que eu abraço e beijo. eles não me ligam. eu não ligo pra eles. a gente não conversa nem pelo msn. por que eles ainda me convidariam pra qualquer coisa? é, bem, chega um momento em que é melhor aceitar os fatos e jogar a toalha, pendurar as chuteiras. eu não tenho tantos amigos quanto imaginei que tivesse. deve ter umas três ou quatro pessoas a quem eu posso realmente chamar de amiga/amigo, mas não sei por quanto tempo. sou uma péssima amiga. não é à toa que o círculo está se fechando cada vez mais...

- a gente passa aí pra te pegar às dez.
- não vou mais não... {brochei pra vida hoje de novo. ficarei em casa comendo lasanha da sadia, depois sorvete - pelo menos é Häagen-Dazs! - e ficarei acordada até de madrugada vendo dvd's}
ontem eu estava animada. hoje não tô nem um pouco. quanto mais fico em casa, mais quero ficar. não quero sair daqui nunca mais. de jeito nenhum. pra fazer nada por mais interessante que pareça. talvez parecesse legal ontem enquanto eu ainda tinha vontade de sair e dançar. hoje não quero nada.
este desânimo é culpa de ontem. eu só aguento sair uma vez por semana. e não é por falta de forças pra dançar, é por falta de forças pra encarar pessoas se divertindo, na pegação, bebendo e tudo mais, e eu ali tentando fazer de contas que tudo está bem. tudo está bem. repita comigo, Verônica: tudo está bem.

garotos

Fui a uma festa ontem e me dei conta de que não gosto de homens. Gosto de garotos. Os caras que eu achei bonitinhos ontem eram todos garotos. Não tinha nenhum homem. Bem, concordo com a teoria de que no fundo todos os homens são garotos, mas digo em termos de aparência. Gosto de garotos. Carinhas com brinco, bermuda, meia e tênis, camisetas bacanas. Uns com barba, outros sem barba. Uns cabeludos, com dreads, cabelo black power, outros carecas, com bonés... Mas nenhum homem. Nenhum Clive Owen com aquele queixo quadrado lindo e aquelas manoplas lindas e camisa social e calça social. Sofro da síndrome de sininho: gosto do Peter Pan, daqueles que não crescem, pelo menos na aparência. É pedir demais por um cara maduro, homem feito, porque eu sou imatura freqüentemente, embora não continuamente.
Ah, caras arrumadinhos, engomadinhos também não gosto. Parecem todos barbies no pior dos sentidos. Dá vontade de chegar e despentear o cabelinho deles só pra ver o piti. Frescura demais não dá. Higiene pessoal é ótimo, claro, mas é outra coisa. Higiene pessoal não tem a ver com aquele ar de quem ficou horas se arrumando pra ficar impecável. O cara ser vaidoso, querer se cuidar, é ótimo, é mesmo, mas não me desperta nenhum interesse além da curiosidade antropológica. Homens da geração metrossexual não me atraem. Também não precisa ser um ogro, um camarada que tosta no sol mas não passa a porcaria do filtro solar. Ficar vermelho camarão é uma preocupação estética válida.
Resolvi, então, fazer uma lista das coisas que acho mais medonhas nos caras, coisas brochantes.
1. cigarro
2. chicletes: são as piores na minha opinião. Acho-as brochantes porque me dão a mesma sensação de que não se trata de caras, mas de ruminantes. São absolutamente desnecessárias. Não consigo nem ficar olhando caras fumando ou mastigando chicletes, a não ser quando são só amigos mesmo. Ai que agonia!
As outras coisas da lista não estão em ordem hierárquica, o que vai fodendo tudo é o acúmulo delas...
- sapato caramelo
- cinto caramelo
- tênis com meia social
- sapato social com meia branca
- sapatos brancos
- calças brancas: ninguém, a não ser bicheiros do Rio de Janeiro, deveria usar sapato branco. Ninguém. Calça branca está liberada pra bicheiros e pra pessoas religiosas. Só. A galera da saúde que use verde-água, rosa bebê...
- careca com rabo de cavalo
- óculos escuros na cabeça
- caras que chegam falando das coisas que possuem
- tatuagens de modismo: tribais, índios norte-americanos, etc...
- caras bombados
- camisa pra dentro da calça
- dente amarelo
- pochete
- blusa de frio pendurada nas costas
- abadá de micareta: putz! Já não basta o cara ter tido a péssima idéia de ir a uma micareta, ele ainda sai desfilando com o bendito uniforme da galera da herpes em plena luz do dia! Ninguém merece!
- gel no cabelo
- mullets
- calças justas
- ser grosseiro com garçons e atendentes de qualquer estabelecimento
- tratar a mãe como serviçal ainda que ela se faça de serviçal
- reflexo ou qualquer outra coisa descolorida nos cabelos
- camisetas ou regatas estilinho babylook

Bem, deve haver muitas outras coisas patéticas pra um cara usar/fazer, mas no momento só lembro dessas, até porque tomei uma xiboquinha inteira ontem, então a memória ainda está falha. A medida em que eu for me lembrando, atualizo este post.

Em contrapartida, há coisas que adoro! Algumas das minhas amigas acham ridículo, mas eu acho lindo! E gosto de saber que existem caras assim por aí. Não que eu me motive a falar com caras só por causa das coisas que eles têm que eu gosto. não estou numa fase de sair abordando caras. Talvez um dia esteja, sabe-se lá. Mas é bom poder olhar pra um cara e achá-lo bonitinho, apesar de sempre vir aquela sensação de que sou bastante ridícula porque já tenho 30 anos e gosto de caras que parecem ter 20, embora alguns estejam na minha faixa etária.
Talvez seja por isso que eu goste tanto de encontrar meus amigos por aí porque eles são como os caras que eu gosto deveriam ser, tirando coisas como o cigarro e outras particularidades que me mantém apenas boa amiga dos meus amigos e vice-versa. Incrível como algumas mulheres não têm amigos heterossexuais homens. Deve ser porque eles não me acham minimamente atraente, aí não rola a famosa tensão sexual entre nós. Eu amo meus amigos, mas é amor fraterno. O que eles sentem por mim, acho que é basicamente o mesmo.
Coisas que adoro:
1. óculos
2. sorriso bonito: um cara de óculos e com sorriso bonito já tem metade dos pontos garantidos. Carinha de nerd é o que há de mais lindo!!!
- boné
- bermuda com meia branca e tênis
- allstar
- camisetas bem humoradas
- cheiro de sabonete, de banho tomado
- caras imberbes
- com poucos pêlos
- unhas pintadas de preto
- saias ou kilts: acho lindo caras que gostam de quebrar essas convenções sociais. É um ótimo indício, eu acho, de que podem ser menos conservadores em outros territórios mais complexos que o vestuário
- caras que conversam olhando no olho (embora eu desvie meu olhar constantemente)
- cabelo sem corte definido
- calças frouxas
- gentileza
- cuecas à mostra, mas não a cueca toda, só o cós tá ótimo
- caninos salientes, tipo vampirinho e outras coisas como dente um pouquinho quebrado, alguma coisa diferente no sorriso que, no entanto, deve contar com todos os dentes
- gostar de literatura e de cinema que não sejam só os blockbusters da vida
Se eu lembrar de mais coisas, vou atualizando.
Agora vou terminar de estender as roupas, as infinitas camisetas pretas que a máquina nova e novíssimo xodó da mamãe lavou. Espero que ela demore muitos anos pra dar qualquer defeito porque ficar acumulando roupa suja é horrível! E eu gosto de ter roupas limpinhas pela casa secando e guardadas nas gavetas. Adoro cheiro de amaciante!!!
Engraçado isso, eu tenho tantas camisetas pretas iguais! Daqui a pouco fico parecendo o cara do filme A Mosca que só tinha roupas iguais no guarda-roupas. Enfim...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

detesto

detesto me sentir assim tão sozinha. parece que a qualquer momento eu sairei correndo de casa, só de cueca, pra abraçar a primeira pessoa que eu encontrar pela frente...

não é a toa que tem tantos tarados pelas noites... bem, eu nunca vi nenhum, mas todo mundo diz que eles existem aos montes...

maldita solidão. só me faz ter idéias idiotas. nada que valha o esforço. afinal, o que fazer quando alguns milhares de quilômetros nos separam do nosso objeto de desejo? amor com dia e hora marcada... quem dá conta dessa merda? eu não dou.
queria poder ligar pra o meu namorado (se eu ainda tivesse um) e dizer quero te ver hoje, e vê-lo. talvez dormir junto com ele, ouvindo sua respiração constante. não consigo dormir juntinho com ninguém, mas só porque a porra da solidão me aperta agora, era o que eu mais queria. uma merda.
mas uma amiga minha disse que isso é saudade, o que eu sinto, e que saudade passa. tomara que passe mesmo. passe pra mim e pra ele. será que ele já dormiu ou continua insone feito eu? eu disse que não queria mais falar com ele. mentira. eu minto muito pra ele. minto porque não dá pra enfrentar a verdade nesse caso não. mas eu digo a verdade também quando é necessário. eu queria esquecê-lo, na verdade. mas na verdade eu acho que não vai dar não. então eu minto e digo que é melhor a gente não se falar. isso não é melhor. não sei nem se é o menos pior. é só o mais prático. mais dia menos dia a gente vai acabar se esquecendo um do outro. já esqueci tanta gente... ele já deve ter esquecido tanta gente também... vai me esquecer. eu sei. outra verdade dolorida. além do mais, tem muito mais mulher no mundo que homem. homens não ficam sozinhos muito tempo. a maior parte não fica sozinho nem pouco tempo! eu já nasci só. cresci só. por que, diabos, seria diferente agora? pelo menos ainda tenho amigas pra me dizer que vai passar...
a solidão é uma merda.
se infiltra em tudo.
até nas músicas que tocam no rádio. nas árvores enormes de raízes enormes. em cada um dos felizes casais que insistem em aparecer na minha frente pra esfregar na minha cara o que eu queria ter e não tenho. odeio casais felizes. não, não odeio não, só sinto uma terrível inveja deles.
agora vou dormir. preciso chorar na minha cama que é lugar quentinho. dois edredons pra dar aquela sensação de aconchego que eu não tenho na minha própria cama... e continuo dormindo bem no meio dela pra fazer de conta que não falta ninguém ali comigo. ninguém que ocupou tão pouco tempo aquele lugar ali ao lado que eu ocupo pela metade pra fazer de conta que nunca existiu. nunca é o bastante. jamais terá sido bastante o tempo que a gente passou junto.
o final é como uma morte. sempre morre um pedaço de mim. e de pedaço em pedaço, o que sobrará de mim em mim? deve ser por isso que ando tão mudada, tão outra pessoa. de pouco em pouco que morreu, outra coisa brotou no lugar. outra coisa que não sou eu. que não era eu. outra coisa que cresce feito erva daninha e sufoca o que resta do que era eu de verdade. dura. eu era dura. resistente. agora ando chorona. sensível. porra de sensibilidade do caralho! foda-se a sensibilidade! foda-se a vontade de chorar no banheiro do trabalho! pra que tanta lágrima? pra quê?! foda-se essa coisa que está se apossando do que me resta de mim.
essa merda de correr atrás da porra do equilíbrio. tô cansada dessa merda. tô cansada de tanto correr pra me equilibrar. um dia abraço o desequilíbrio. aí é que eu quero ver! aí é que eu quero ver!

boa noite pra você, se é que você existe. se não existe, tudo bem, quase nada do que eu vejo existe...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

o filme da minha vida

Acabei de voltar do cinema. Fui ver Nome Próprio. De novo.
Putz, esse filme é muito escroto. Eu me identifiquei tanto com a personagem. Eu sou uma puta enrustida. Uma drogada enrustida. Uma escritora de merda enrustida. Só que ela era boa sendo explícita. E eu sou ruim em tudo sendo enrustida ou não. Me vi retratada na porra do filme tantas vezes de tantas maneiras que é como um sonho, como se eu estivesse sonhando um dos meus sonhos no qual é como se eu estivesse vivendo minha vida ao mesmo tempo em que é um filme que estou vendo. É cruel se ver tão nua assim e não ser eu, ser a vida de outra pessoa. O filme da vida de outra pessoa.
A compulsão pela escrita. O medo. A coragem. A solidão.
A atuação da Leandra Leal foi fabulosa, pena que o resto do elenco ficou bem atrás... muito telenovelescos ou, pior ainda, teatrais. Gestos ensaiados demais, frases ditas de cor. Ela cuspia os diálogos. Os outros disseram bonitinho palavra por palavra. Uma pena, mas o filme era dela, então os outros não atrapalharam muito. E foi um filme bonito mesmo. Fotografia sensacional. E toda aquela nudez sem tamanho! Nunca vi um filme com tanta nudez necessária. Não seria o mesmo se a nudez fosse só figurativa, a metáfora tinha que ser descarada mesmo. Obscena? Acho que não. Achei bonito. Tocante.
E agora que já vi do que sou capaz nos filmes, posso ler o livro. A June havia tentando me emprestar há séculos, mas eu tinha outros livros pra ler antes. Na verdade tinha uma vida inteira pra viver antes de saber que eu não sou eu sozinha, que existem muitas versões de mim andando por aí na cabeça de outras pessoas. Esquisito isso, né? eu sou uma fantasia de outra pessoa. Quer dizer, quem eu queria ser é uma personagem criada por uma pessoa que não me conhece, nunca me viu. Nunca me imaginou e, no entanto, me pariu. Agora posso ler o livro. Mas nunca poderei viver a personagem. Já sou uma outra personagem. Não dá pra mudar os papéis assim no meio da peça. Não sei ser caótica por fora, só pro dentro. Turbilhões de emoção só na minha cabeça de mamão mesmo. Eu até queria trepar com muitos dos caras com quem esbarro por aí e tomar muitos porres sozinha em bares solitários e gastar meu parco dinheiro com anfetaminas e coisas do gênero, mas eu nunca faria isso aqui na vida real. Sou uma eterna enrustida que nunca traiu nenhum namorado, nunca sacaneou nenhuma amiga, nunca ficou sem dinheiro porque torrou em drogas legais ou ilícitas. Sou só vontade. Não tenho coragem de nada. Fico seguindo a vida da forma mais metódica e burocrática porque considero que terei que viver ainda um bocado e não quero me amargurar depois – mais ainda – com arrependimentos. Eu não quero que meus sobrinhos me vejam na sarjeta. Não quero ser despejada. Não quero perder o emprego. Talvez seja por isso que a personagem mudou daqui de Brasília. Ninguém consegue fazer o que é preciso fazer nessa merda de cidade pequena. É preciso sair daqui como a criança que abandona o útero. Cortar o cordão umbilical com os dentes. Eu não saberia fazer isso. Eu gosto de ter sorvete no congelador. Gosto de visitar minhas irmãs e beijar meus sobrinhos. Embora uma parte de mim se contorça em posição fetal chorando só e querendo explodir, na vida real não dá pra arcar com tantos excessos quando não se tem nenhum talento ou beleza, como no meu caso. O que uma garota “simpática”, pobretona e sem talentos ou artimanhas pode esperar de fácil nessa vida? Acho que nada. Talvez quando eu aprender a escrever...

sábado, 16 de agosto de 2008

viver...

Tenho gasto muito dinheiro em dvd's nas lojas americanas.
Tenho feito planos milaborantes de viagens que provavelmente não realizarei.

Hoje sonhei que cortava meu pescoço com um caco de vidro e sangrava lentamente porque acreditei que morreria junto com o cara que, no sonho, era meu grande amor e que me convenceu a tomar a dianteira. No sonho, enquanto eu sangrava e ia ficando mais difícil manter os olhos abertos, ele se levantava e saia vivinho da silva.

Ontem eu caminhei prestando atenção nos cheiros da rua entre o ponto de ônibus no qual desci e a minha casa. Achei todos tão bons! o vento soprando as árvores que estão ficando peladas, cheiro de comida ficando pronta, arroz, carne, consegui até perceber distintamente o cheiro de lingüiça toscana frita, como a que eu costumava comer tão freqüentemente na casa dos meus pais. Engraçado como alguns cheiros ficam mesmo sendo tão desimportantes, e outros tão preciosos somem, desaparecem. Não me lembro do cheiro dele. Lembro que eu gostava do cheiro dele, mas não me lembro mais como era. Não lembro qual era...

Noutro dia eu mal consegui falar uma frase inteira sem me esforçar pra lembrar as palavras que queria usar.

Talvez eu morra logo. Ando sentindo uma necessidade cruel, uma urgência petrificante de deixar as coisas em ordem. Não sei porque me sinto assim. Talvez não seja a morte, talvez seja Alzheimer.

Semana passada um cara me cumprimentou com um oi tão amistoso que eu retribuí de imediato, mas no segundo seguinte eu me dei conta de que não o conhecia, então me virei pra o atendente e agradeci pela água que ele me trazia e saí dali sem saber se eu conhecia ou não o tal cara. Me senti envergonhada por não saber se o conhecia ou não. As pessoas não costumam simplesmente me cumprimentar. Tem gente que é até descarado o bastante pra puxar conversa comigo do nada – ainda que eu esteja usando fones de ouvido – mas nunca nenhum desconhecido me cumprimenta. Eu acho. Não consigo realmente me lembrar se me cumprimentam ou não. Alzheimer.

Agora estou tomando vitaminas. Espero que minha memória melhore. E espero parar de chorar em situações que não tem nada de tristes. Ando chorando até vendo comédias. Não comédias românticas. Comédias comédias. Noutro dia chorei vendo “mudança de hábito”...

Amanhã pretendo testar uma argila pra pele. Preciso fazer algo pra me distrair da minha cabeça. Preciso concentrar-me no meu corpo então. Whatever. Qualquer coisa que me faça sentir menos sentimental. Detesto estar sensível assim, me sentindo vulnerável, uma vidraça se oferecendo a pedradas. Detesto isso. E tenho pensado em aderir a uma religião só porque agora dei até pra ter medo do que vem – ou não vem – depois da morte. Antes eu achava que as pessoas inventavam deuses pra não se sentirem sozinhas, mas agora acho que é pra que possam lidar com o fato de que esta vida vai acabar, então é bom imaginar que haverá mais alguma coisa, uma continuidade. Mas, sei lá, eu tenho gostado dessa vida aqui do jeito como ela está nos últimos anos, apesar de todos os pesares. Eu realmente não gostaria de sair de cena agora. Eu gosto de chegar em casa e comer comida industrializada e depois tomar sorvete e ver filmes. É bom poder deitar na cama que eu mesma comprei com o dinheiro do meu trabalho. É bom saber que eu ando de ônibus e que meus pais não me deram carro nem apartamento. Eu não brinco de casinha, eu sou independente de verdade, e isso é bom porque foi assim que eu escolhi viver. E é por isso que, embora longe do cara que eu gosto, frustrada com as decepções no trabalho, e vendo gente que eu amo sofrer porque a vida é dura pra caralho, eu quero viver ainda. Eu quero poder viver. E gostaria muito que essa decisão competisse exclusivamente a mim e não à violência urbana, às doenças infecto-contagiosas, crônico-degenerativas, ameaças de guerras mundiais, etc. Queria poder escolher viver e viver. Só isso.

domingo, 3 de agosto de 2008

pluft o fantasminha




pois bem, mudei o cabelo de novo. agora ficarei assim por um tempo, até que eu me canse de me ver assim. impressionante como o meu cabelo interfere nos meus sentimentos. de tranças eu me sinto muito mais afirmativa diante do mundo. assim, de cabelinho solto, mais mulherzinha e isso e coisa e coisa e tal (dizem até que eu fico bonitinha assim), me sinto muito menos confiante. dá uma preguiça sair de casa e enfrentar o mundo... vai saber.
e ontem na página do divirta-se do correio tava escrito que a Britney anda gastando 11 mil libras por mês pra ficar em forma. pensei what the fuck! eu ia gastar R$109,00/mês na curves e já achei caro pra caralho!!! creedo. acho q vou reconsiderar e fazer a tal visitinha com hora marcada lá. preciso entrar em forma. estou na fase da ladeira à baixo do físico: trintinha nas costas e os números vão aumentando e minha resistência vai diminuindo... ando cada vez mais cansada, mais indisposta. os exercícios devem dar um jeito nisso. eles têm q dar um jeito nisso. academia é mais barato q terapia.