quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

biblioterapia?

Enquanto dava nós na linha do forro de uma bolsa nova que estou fazendo, mergulhada naquele amarelo intenso do tecido e na repetição dos movimentos, lembrava do Selton Melo, da carinha dele sorridente no papel de João Grilo ou Chico, nunca lembro. O pensamento saltou pra cena de meu nome não é Johnny na qual ele lia livros no manicômio. Fiquei curiosa pra saber quais livros ele leu enquanto esteve preso lá. Pensei que os livros abrem tantas portas e janelas pra gente escapar... normalmente numa fuga figurativa, mas, no caso da personagem dele, era uma tentativa de fuga literal. Literal & literária.

Pensei também que se os olhos são espelhos d’alma, os livros são janelas nos espelhos, janelas em janelas, espelhos em janelas... porque ler é entrar em contato com o mundo de outra pessoa e não importa se é ficção ou baseado em fatos reais, o importante é estar em contato com o outro. Não é à toa, pensei ainda, que quero escrever sobre a biblioterapia (na monografia que se aproxima a passos largos). O ato de ler, por si só é fantástico! A capacidade de decodificar sinais gráficos (para os não-cegos nem com baixa visão) e lhes dar inúmeros significados que variam de acordo com um determinado contexto parcialmente dado por estes próprios sinais... é sensacional! E aí vem o fato de ser tão artística a capacidade de escrever tão bem a ponto de fazer com que outras pessoas, ao lerem um texto, ficarem imersas no que lêem, submergir e impregnar-se, voar, rir junto e chorar junto com personagens, com o mundo de outrem... Acho isso tudo tão lindo e tão rico e pensei nisso dando nós numas linhas amarelinhas da cor do tecido no qual costurava pensando no sorriso do Selton Melo.

E agora, enquanto escrevia isto, pensei que tenho muito o que ler ainda porque essa coisa toda de biblioterapia é complexa, e não sei nada sobre terapias tradicionais ou alternativas e que talvez eu veja as coisas muito com meus olhos de artista que não faz Arte, mas que vê Arte, sonha Arte e deseja conhecer/aprender mais sobre Arte...

Será que essa biblioterapia idílica existe? Será que não é um plano surreal demais e, portanto, exeqüível apenas na minha cabeçona-de-mamão-de-artista-que-não-é-artista-de-verdade-nem-de-mentira?

Bem, se algum dia eu tiver alguma resposta, eu posto aqui. Por enquanto, continuo postando as dúvidas! :>

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

sábado, 26 de janeiro de 2008

Mariana

Dia 26.01, sábado, eu e o Gustavo fomos à Mariana na Maria Fumaça. Como pegamos o último trem, tivemos que voltar de ônibus (bem menos romântico e aconchegante pra dizer o mínimo...).




Vista da janela da Maria Fumaça indo de Ouro Preto à Mariana.



Chegamos depois que tudo já havia fechado no sábado, então voltamos um pouco mais cedo e ainda vimos algumas coisas porque o restante já estava fechado quando chegamos... :/ Vai ser ruim de jogo com o turismo lá na casa do caralho!!! Ficamos putos com os horários flutuantes de abertura e fechamento dos lugares turísticos tanto em Mariana quanto em Ouro Preto, mas, fazer o que, né?


domingo, 6 de janeiro de 2008

a rosa

Em mais uma madrugada insone, resolvi fazer isto:


Enquanto eu costurava, franzia e costurava a rosa de chita, pensava no meu nome não é Johnny que vi hoje com Henri. Eu queria fazer algo bonito, mas não achei que fosse demorar tanto... Bem, de qualquer forma, enquanto pensava no bendito filme e fazia a bendita rosa, me veio uma frase que me fez levantar da cadeira, fotografar a rosa e vir aqui escrever:

a paixão é uma droga

Mas não pensei que a paixão seja viciante não, ou estimulante, pensei que a gente fica dependente dela, da sensação, não necessariamente da pessoa e que isso é uma bosta. A paixão é uma bosta. O amor eu não sei, só tive um e deixou boas lembranças mas nenhuma cicatriz de abajur na cabeça ou coisa que o valha, então calculo que foi bom mesmo.

Estranho eu querer fazer algo bonito a esta altura do campeonato, não? porque, normalmente, eu só quero é destruir coisas bonitas... ok, plágio do clube da luta, mas é vero. Quantas e quantas vezes não fiquei em casa me segurando pra não quebrar coisas das quais eu gosto?! Puuutz... um dia eu faço isso, mas farei com algo comprado especialmente pra uma ocasião dessas, pra extravasar mesmo.

Ahhhh, a propósito, o filme é do caralho! Excelente!

Tenham todos um bom fim de noite. E escutem a rosa do Chico, claaaaro.